Fabyano Lopes vai passar cerca de um mês no continente. O professor da UFT é um dos cientistas selecionados para investigar o potencial biotecnológico de microrganismos da Antártica. Biólogo foi selecionado para participar de expedição na Antártica
Arquivo Pessoal
Aos 38 anos de idade, o biólogo Fabyano Lopes se prepara para realizar um sonho de infância: visitar as terras geladas e inóspitas do continente antártico. Ele foi selecionado para integrar uma expedição científica que investiga o potencial biotecnológico de microrganismos da Antártica.
“Desde menino, sempre pensei na Antártica como um ambiente diferente de tudo. Mas ir até lá era inimaginável. Surgiu a oportunidade de trabalhar com identificação de microrganismos utilizando o DNA, que é minha especialização, entrei por acaso e pra mim é a realização de um sonho de criança”, contou.
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Mais de 30 pesquisadores participam desta fase do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), que em 2024 completou 43 anos de atuação. Fabyano é o único representante do estado selecionado para a expedição e embarca para o Chile na próxima sexta-feira (26), de onde fará a travessia de navio até a estação da Marinha do Brasil na Antártica na primeira semana de janeiro de 2025.
“O objetivo do grupo é realizar um levantamento da biodiversidade antártica, com ênfase nos microrganismos e também nas briófitas, que são os principais vegetais presentes nesse ambiente. Vou ficar na base [de operações] enquanto outros companheiros vão ficar viajando de ilha em Ilha, coletando amostras”, explicou.
Tocantinense participa de pesquisa na Antártica
As condições climáticas extremas não intimidam o pesquisador, que vai trocar os 35°C de temperatura média do Tocantins pelo verão antártico, que registra temperatura média de -10ºC na costa do continente, por cerca de um mês.
“Todo mundo pergunta como vou enfrentar a temperatura. Moro no Tocantins, então não tenho um guarda-roupa de frio, mas aos poucos estou comprando roupas”, riu.
Estação reconstruída após incêndio
Estação Antártica Comandante Ferraz é base brasileira para cientistas e pesquisadores.
Divulgação Marinha do Brasil
A base de operações fica na nova Estação Antártica Comandante Ferraz, localizada na Península Keller, dentro da Ilha Rei George. O complexo de mais de 4,5 mil m² foi reinaugurado em 2020, oito anos após um incêndio consumir parte da estrutura anterior, matando duas pessoas.
A estação foi construída com materiais sustentáveis e de baixo impacto ambiental, com módulos desmontáveis e recicláveis. De acordo com a Marinha, o complexo consegue suportar temperaturas negativas, nevascas e ventos de até 200 quilômetros por hora.
O Brasil é um dos 29 países presentes no continente, que não tem governo e não pertence a nenhuma nação, e é considerado uma área de preservação científica.
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Arquivo Pessoal
De acordo com o biólogo e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Tocantins, os diversos estudos científicos feitos no continente podem contribuir para o desenvolvimento biotecnológico nacional, nas indústrias de medicamentos, agricultura e nas indústrias de alimentos.
A pesquisa conta com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). De acordo com a Marinha, atualmente cerca de 29 projetos científicos e 171 pesquisadores receberam apoio logístico para desenvolver trabalhos na Antártica.
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