Carro em que eles estavam bateu em ponte, despencou de altura de dez metros e pegou fogo. Casal, filha e neto, de 6 anos, não resistiram. Menina de 3 anos está internada em hospital especializado. A família que morreu vítima de um acidente de trânsito na rodovia GO-139, em Caldas Novas (GO), nesta quinta-feira (19), era moradora de Igarapava (SP), próximo a Ribeirão Preto (SP). As causas são investigadas pela polícia.
Um casal, a filha e os netos viajavam até Caldas Novas, onde a família tinha um apartamento. Eles pretendiam passar o fim de semana no local e voltar ao interior de SP a tempo de comemorar o Natal na próxima quarta-feira (25).
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Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, o carro da família bateu na cabeceira da ponte do ribeirão do Bagre, na estrada que liga Caldas Novas a Mazargão (GO), despencou de uma altura de dez metros e pegou fogo.
Ao ser socorrido, o motorista Antônio Alberto Francisco, de 59 anos, disse que perdeu o controle da direção antes de atingir a ponte. O local era de difícil acesso. Antônio foi levado ao Hospital de Caldas Novas, mas não resistiu.
Antônio Alberto Francisco e a esposa, Marileusa Aparecida Rorato Jacinto, eram de Igarapava, SP, e morreram em Caldas Novas, GO
Arquivo Pessoal
O neto dele, João Gabriel Porfirio Rorato Jacinto, de 6 anos, ficou preso nas ferragens e morreu carbonizado.
A mulher de Antônio, Marileusa Aparecida Rorato Jacinto, de 66 anos, a filha, Michelle Rorato Jacinto, de 35 anos, e a neta, Bianca Rorato Gimenes, de 3 anos, também foram levadas ao Hospital de Caldas Novas e, posteriormente, transferidas a unidades especializadas.
Marileusa e Michelle tiveram as mortes confirmadas nesta sexta-feira (20).
Em nota, o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) informou que Bianca está internada na Enfermaria Pediátrica. A menina está consciente, respira sem aparelhos e o quadro dela é estável.
Marileusa e o neto João Gabriel, de 6 anos, morreram em acidente durante viagem de Igarapava, SP, a Caldas Novas, GO
Arquivo Pessoal
Comoção na cidade
A notícia do acidente trágico causou comoção em Igarapava, cidade de 26,2 mil habitantes. A Prefeitura decretou luto oficial de três dias.
Segundo o administrador de empresas José Eurípedes Garcia, amigo do casal, na quarta-feira (18), Marileusa tinha sido homenageada na escola onde trabalhava como diretora. Ela estava se aposentando após dedicar a vida toda à educação de jovens e crianças.
“Ela era uma pessoa muito humana, não sabia falar não. Querida por todos. A cidade está toda em comoção pelo acidente. Era alegre, festiva, se comunicava muito bem. Ela ia deixar a escola, ela trabalhou o último dia 18 e fizemos uma homenagem de despedida. No dia 19 ela viajou e teve o acidente”, lamenta Garcia.
Michelle Rorato Jacinto, de 35 anos, morreu em acidente durante viagem com a família de Igarapava, SP, a Caldas Novas, GO
Arquivo Pessoal
Nesta sexta-feira, funcionários passaram o dia organizando a escola para que o velório possa ser feito no local.
“É um golpe muito forte para todos nós. Vamos fazer o velório aqui na escola. As pessoas estão inconformadas. Ela deixou um legado muito grande”, diz o amigo.
O empresário Arildo Donizete Malaquias foi um dos primeiros em Igarapava a saber do acidente. Segundo ele, ao ser resgatado, Antônio informou o telefone da metalúrgica do amigo para que as autoridades pudessem entrar em contato.
“Antes de perder a consciência, ele deixou o nosso contato e foi onde falaram com a gente sobre o acidente. Ficamos totalmente sem chão, porque o Toninho é uma pessoa que está com a gente há muito tempo, há 20 anos, muito querido. Ele era uma pessoa muito alegre. Nesses 20 anos, nunca o vi de mal humor, era muito educado, de caráter único, e vai deixar muita saudade.”
Carro da família de Igarapava, SP, despencou de altura de 10 metros e pegou fogo em Caldas Novas, GO
Divulgação
Toninho, como era carinhosamente chamado, atuava no ramo de transportes. Os frentistas Nelson Pavão Júnior e Samuel Silva Duarte tinham o hábito de se encontrar com o empresário todos os dias pela manhã no posto de combustíveis para tomar café. O sentimento entre eles é de muita tristeza.
“Foi um impacto muito grande, era uma pessoa bem ligada do pessoal do posto e a gente sempre estava junto, tomava um café. Ele gerava muito emprego pra cidade. É muito triste ter que passar por isso, acho que a ficha de ninguém caiu. Ela era diretora de escola, muito querida”, diz Nelson.
Samuel lembra com carinho de Toninho a quem tinha como pai. “A ficha ainda não caiu sobre essa fatalidade. Eles viviam aqui, ele era praticamente um pai com a gente, trazia café da manhã todo dia, ele estava com a gente, ele era acima da média, um cara top”, afirma.
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