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MPE solicita quebra de sigilo bancário de prefeito e vice eleitos em Ibirá, suspeitos de compra de votos


Um vereador eleito, dois candidatos não eleitos e o presidente do (Republicanos) em Ibirá (SP) também são investigados por compra de votos. Advogado de prefeito nega crime. Reprodução de áudio obtido pelo Ministério Público Eleitoral, que denuncia prefeito, vice e vereador eleitos em Ibirá (SP) por suposto esquema de compra de votos na eleição de outubro
TV TEM/Reprodução
O Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitou à Justiça Eleitoral a quebra dos sigilos bancários do prefeito e do vice-prefeito eleitos em Ibirá (SP), suspeitos de participar de um esquema de compra de votos. Outras quatro pessoas também terão as contas analisadas. As investigações começaram após a promotoria ter acesso a áudios e prints de mensagens com indícios de crime eleitoral.
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De acordo com o Ministério Público Eleitoral (MPE), os denunciados participaram de um esquema que aponta que os candidatos autorizaram vereadores da base de apoio a cooptar eleitores em troca de R$ 200,00 por voto, e mais R$ 300,00 se fossem eleitos.
Entre os investigados estão, o prefeito eleito Nivaldo Negrão, conhecido como Biscoito (Republicanos), o vice eleito, João Renato Tavares (Republicanos), e outras quatro pessoas – sendo o vereador eleito, Rodrigo Augusto Pagliusi, dois candidatos não eleitos (Marcelo Sinval de Araújo e Eberson Benedito Lopes de Souza) além de Cristiano Negrini, presidente do Republicanos no município.
Ainda conforme apurado pela TV TEM, o grupo usava cabos eleitorais para comprar votos de moradores.
Segundo a ação do MPE, a prática se estendia a pessoas que trabalharam como fiscais e delegados dos partidos Republicanos, MDB e Avante, no dia das eleições.
Nivaldo Negrão venceu a eleição na cidade com 50,08% dos votos válidos. Já o adversário Zé Ernesto (PL) teve 49,92%.
Depois do resultado das eleições na cidade, houve três denúncias sobre compras de votos, duas delas feitas pessoalmente à Justiça Eleitoral, e a terceira de forma anônima.
Áudios suspeitos
A suspeita começou após a promotoria eleitoral obter áudios com testemunhas, prints de conversas pelo whatsapp e cópias de comprovantes de pagamento via pix. Eles são usados para embasar a denúncia contra o prefeito eleito e os outros cinco investigados.
Áudio obtido por investigação do Ministério Público Eleitoral, que denuncia prefeito, vice e vereador eleitos em Ibirá (SP) por suposto esquema de compra de votos na eleição de outubro
TV TEM/Reprodução
Em um dos áudios obtidos pelo MPE e aos quais a TV TEM teve acesso, uma mulher explica sobre o esquema:
“Vem votar. Vem em casa, me traz o comprovante, eu dou os R$200 . Se os dois ganhar, o dia que vier pegar os R$ 300 eu já devolvo o comprovante, viu? Mas eu tenho que entregar a lista para ele. Quem não entregar a foto do título vai ficar fora, depois não tem mais como.”
Em outra gravação, um dos suspeitos explica com detalhes:
“Por exemplo, se eu ganhar e o Biscoito ganhar, aí paga R$500, você entendeu? Então, aí paga R$200. Aí já vai pagar os outros R$300 na segunda-feira.”
O MPE também teve acesso a outros áudios que seriam de eleitores cobrando o pagamento em troca do voto.
“Ô Zé, cadê o resto do dinheiro do candidato? Já que teu candidato ganhou, nós tem (sic) dinheiro para receber então. Se não der, eu vou falar para todo mundo que prometeu dar e não vai dar. Quero nem saber”, diz uma mulher.
“Ô, Paraná… eu vendi meu voto para o Binho e para o Biscoito, eu ia ganhar R$200 do Binho e R$300 do Biscoito, mas eu não recebi”, diz um homem.
Defesa
O advogado do prefeito eleito, Marco Antônio Mancilia, negou que Biscoito e seu vice tenham envolvimento em esquema de compra de votos. Esse informação foi transmitida em 9 de dezembro na 1ª edição do TEM Notícias (assista vídeo abaixo).
“Qual é a participação do candidato eleito neste esquema? Quantas conversas tem entre o Nivaldo e as pessoas? Não tem. De onde saiu o dinheiro? Não tem. É um complô armado pela oposição. Vamos demonstrar a verdade dos fatos”, afirmou o advogado.
Segundo ele, as testemunhas ouvidas pelo MPE: “faltaram com a verdade”.
MPE apura denúncia de compra de votos por políticos em Ibirá

Transferências bancárias
A promotora eleitoral Bruna Muniz afirmou, em entrevista à TV TEM, que em todos os áudios a investigação conseguiu identificar pelo menos um interlocutor da conversa, que, em depoimento, admitiu o diálogo.
“Eu tenho plena convicção de que são áudios verdadeiros”, afirma a promotora.
Segundo a representante do MPE, foi feita a transferência de pagamentos via pix para três eleitores.
“Conseguimos os comprovantes das operações. Outros que prestaram depoimento, contaram que foram pagos com R$200 em dinheiro vivo, sem assinatura de recibo”, informou.
Conversa por whatsapp obtida em investigação do Ministério Público Eleitoral, que denuncia prefeito, vice e vereador eleitos em Ibirá (SP) por suposto esquema de compra de votos na eleição de outubro
Ministério Público/Reprodução
Os investigados podem responder por captação ilícita de sufrágio, gastos ilícitos de recursos para fins eleitorais, além de uma investigação judicial eleitoral por abuso do poder econômico.
A ação movida pelo MPE pede a cassação dos mandatos de Nivaldo e João Tavares.
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