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Com propriedades que revitalizam a pele e previnem envelhecimento, estudantes baianas criam creme facial com coração da bananeira


Cientistas do amanhã: em uma série de três reportagens, o g1 destaca projetos inovadores de estudantes da Bahia que, com muita criatividade, propuseram soluções para problemas do cotidiano. Estudantes baianas criam creme facial com coração da bananeira
Duas estudantes baianas da rede estadual viram potencial no coração da bananeira, parte da árvore que normalmente é descartada, e desenvolveram um creme facial que usa o extrato da planta como base. Maryane Reis e Gabriela Santos, de 18 anos, combinaram inovação, sustentabilidade e valorização de recursos naturais da região em que moram e criaram a “Hidratação Tropical”.
O produto foi desenvolvido em um projeto proposto em sala de aula, no curso técnico em Agropecuária do Centro Territorial de Educação Profissional Santa Bernadete, no município de Queimadas, que tem cerca de 25 mil habitantes e fica a 320 km de Salvador.
💡 Cientistas do amanhã: em uma série de três reportagens, o g1 destaca projetos inovadores de estudantes da Bahia que, com muita criatividade, propuseram soluções para problemas do cotidiano.
“Observamos que a bananeira é muito cultivada na região, mas o coração de bananeira, ou umbigo de banana, é descartado com frequência. Queríamos criar um produto que utilizasse esse recurso, agregando valor a um subproduto e promovendo a sustentabilidade”, justificou Maryane Reis.
O processo de produção envolveu desde a extração do coração da bananeira até a formulação e teste do creme. As estudantes levaram em consideração também o alto valor nutricional da planta.
🔎 As jovens cientistas identificaram que o “umbigo da banana”, como também é conhecido, contém antioxidantes, flavonoides, ácidos fenólicos e vitaminas A, C e E, substâncias que ajudam a hidratar e a revitalizar a pele, além de manter a elasticidade e prevenir o envelhecimento precoce.
“Trabalhamos com extratos específicos que contêm propriedades anti-inflamatórias e calmantes, tornando o creme adequado até para peles sensíveis”, pontuou Gabriela Santos.
Ao g1, a Gabriela ainda sinalizou que ela e a parceira de projeto fizeram questão de manter a formulação livre de ingredientes agressivos, para minimizar o risco de irritações e promover uma hidratação profunda e suave.
Na avaliação da professora e orientadora do trabalho, Débora Amaro, projetos focados em sustentabilidade mostram o alinhamento dos alunos com as demandas globais por práticas mais responsáveis e pela valorização de recursos locais.
“Esses projetos criam um portfólio que demonstra habilidades técnicas, pensamento criativo e compromisso com o desenvolvimento sustentável, fatores essenciais para se destacar em cenários globais”, avaliou.
Estudantes baianas desenvolvem creme facial usando coração da bananeira.
Arquivo pessoal
O futuro da Hidratação Tropical já está planejado. Maryane e Gabriela pretendem continuar desenvolvendo o produto. Entre os próximos passos estão a ampliação dos testes clínicos para possibilitar o atendimento a uma variedade maior de tipos de pele, assegurando que o creme seja eficaz para um público mais diversificado. As alunas querem também incluir outras propriedades que atendam melhor às necessidades dos consumidores.
O projeto foi inscrito na Feira de Ciências, Empreendedorismo Social e Inovação da Bahia (Feciba) deste ano. A primeira fase aconteceu em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, no mês de agosto, e a Hidratação Tropical foi selecionada para a fase final, que acontece de 17 a 19 de dezembro. O projeto também foi apresentado na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Bahia, no mês de outubro, em Salvador.
Creme facial revitaliza a pele e previne o envelhecimento.
Acervo pessoal
Viabilidade
O coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica do SESI Bahia, Marcelo Figueiredo, explica que para a Hidratação Tropical chegar às prateleiras de estabelecimentos comerciais algumas etapas precisam ser vencidas. Ele ressalta que é necessário diferenciar o estágio de invenção de um produto até a comercialização dele.
O primeiro passo é comprovar, através de pesquisas, porquê e como o produto vai ajudar quem for usá-lo.
“O caminho pra fazer isso é através de parceria com universidades ou institutos de ciência e pesquisa, que possam validar o diferencial do produto”, apontou.
Em seguida, é preciso identificar como colocar o produto no mercado em larga escala. Para isso o coordenador aponta dois caminhos: start ups ou licenciamento para fabricação e comercialização através de uma indústria.
“No caso da start up é preciso ter recursos e isso pode ser alcançado através de agências de fomento ou editais. Quanto A indústria, participar de feiras de apresentação de produtos pode ajudar a identificar indústrias que captam ideias de inovação”, orientou.
Ele destaca ainda que como se trata de um produto cosmético, é necessária também a licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o produto tenha as certificações necessárias e garantias legais.
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