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‘Sou homossexual, não sou bandido’, diz Professor Alcides após mãe de adolescente denunciá-lo por envolvimento sexual com o garoto


Deputado federal teria tido relação com adolescente quando ele esteve em sua casa para participar de uma seleção de futebol, disse a mãe. Três foram presos por roubar o celular do garoto e ameaçá-lo. Professor Alcides publica vídeo em que fala que é perseguido por sua opção sexual
Em carta divulgada pelo deputado federal Professor Alcides (PL) após a mãe de um adolescente denunciá-lo por envolvimento sexual com o garoto quando ele tinha 13 anos, o parlamentar afirmou: ‘Sou homossexual, não sou bandido’. Três pessoas foram presas suspeitas de roubar o celular do adolescente para destruir provas do que aconteceu entre Alcides e o garoto, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
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O texto foi divulgado para a imprensa na quinta-feira (12) (nota completa abaixo). Na carta, Alcides fala que tem uma carreira de sucesso como deputado, educador e empresário. Ele afirma ainda que a sua orientação sexual está sendo usada como ferramenta para atingi-lo politicamente.
“Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política”, diz o texto.
O deputado federal afirmou ainda que irá processar “todos os que tentam enxovalhar meu nome limpo, minha trajetória de vida impecável, tentando manchar a correção pessoal, profissional e empresarial que a norteia”.
Professor Alcides escreveu ainda que sofreu inúmeras formas de preconceito ao longo da vida e exigiu respeito à sua “opção sexual”.
O g1 entrou em contato com o Partido Liberal (PL) para um posicionamento, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto.
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Boletim de ocorrência registrado por mãe que denuncia envolvimento sexual de Professor Alcides (PL) com o filho adolescente dela, em Aparecida de Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Sobre o caso
A mãe do adolescente contou à polícia que o filho teria sido convidado para participar de uma seleção de jogadores de futebol Sub-16 em outubro de 2021. O garoto tinha 13 anos na época. Atualmente, ele tem 16. Na ocasião, de acordo com o relato, outros adolescentes e o segurança preso estavam no local.
A seleção seria para ingressar em um time de futebol goiano, de acordo com a mãe. A “peneira” teria sido realizada na casa do deputado federal porque ele já foi dirigente e patrocinador do clube em questão.
A mãe do adolescente ainda revelou que, segundo o filho, Alcides teria pedido para que todos, menos ele, saíssem da casa e fossem ao campo de futebol que fica dentro do condomínio. A denúncia narra que, naquele momento, o deputado “tocou no corpo do menor dentro da roupa e ainda beijou a boca do menor”. Diz ainda que o parlamentar “chamou o menor para o quarto para tentar manter relação sexual”, mas que o adolescente teria se negado e saído do local.
O boletim de ocorrência ainda diz, em seguida, que após aproximadamente duas semanas, “o adolescente retornou ao local e teve conjunção carnal” com o deputado, sem dar mais detalhes sobre o motivo do retorno do adolescente ao local.
O relato policial não detalha se houve novos encontros entre o adolescente e o deputado.
Prisões
Na segunda-feira (12), a polícia cumpriu mandados contra um policial militar, um instrutor de tiros e um segurança particular suspeitos de roubar os celulares e ameaçar o adolescente que teria tido um envolvimento íntimo com Professor Alcides. As prisões aconteceram em Aparecida de Goiânia.
A defesa do policial militar disse em nota que a acusação da mãe não é verdadeira e que o suspeito irá prestar depoimento na próxima semana. “O acusado contribuirá, sobremaneira, com as diligências que serão desenvolvidas para a elucidação do caso”, diz texto do advogado Clécio Teles dos Santos.
A Polícia Militar informou em nota que foi acionada para prestar apoio à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia no cumprimento de um mandado de prisão do PM e que acompanhou todas as etapas do procedimento, “incluindo a condução e transferência do detido ao Presídio Militar, respeitando rigorosamente os trâmites legais estabelecidos”.
O g1 procurou Cláudia Telles, que faz a defesa dos outros dois suspeitos. De acordo com a advogada, “até o momento, não há nenhuma novidade a respeito”.
De acordo com a polícia, o roubo contra o adolescente aconteceu em novembro deste ano. Na ocasião, os três investigados foram em um carro até a casa do adolescente e, dentro do veículo, teriam ameaçado e roubado os celulares. A polícia disse ainda que eles exigiram que o garoto informasse a senha da nuvem de armazenamento para que pudessem acessar o conteúdo dos aparelhos do adolescente.
“Supostamente para a finalidade de apagar mensagens, vídeos dessa suposta relação pessoal entre o adolescente e o indivíduo politicamente exposto”, completou a delegada Sayonara Lemgruber.
Deputado federal Professor Alcides responde a denúncia de pedofilia, em Goiás
Divulgação/Professor Alcides
Nota – Defesa do policial militar
A defesa do Policial Militar preso na “Operação Peneira” informa que o acusado da “prática de roubo”, conforme foi imputado pela delegada da DPCA de Aparecida de Goiânia, não condiz com a verdade dos fatos. A imputação primária não prospera, uma vez que, a conduta do Policial Militar que atuava na segurança do Deputado Federal, Professor Alcides, nada tem a ver com a acusação leviana da mãe do suposto menor.
Na próxima semana o PM irá prestar depoimento perante a delegada do caso e esclarecerá os fatos que o arrastou para esta Operação. O castelo acusatório alicerçado em coluna unilateral será desmoronado e a verdade virá à tona. Consoante a isso, a defesa informa que o acusado contribuirá, sobremaneira, com as diligências que serão desenvolvidas para a elucidação do caso.
Clécio Teles dos Santos – Advogado Criminalista
Carta de Professor Alcides
Tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome.
Nada de verdadeiro! Nenhum fato concreto, uma repetição vergonhosa de mentiras e a utilização abjeta do aparato policial do Estado.
Há, sim, uma absurda utilização de acusações que não se sustentam, que não merecem credibilidade, que trazem a inequívoca marca da mentira mais deslavada.
Rechaço de forma veemente o envolvimento de meu nome num cipoal de inverdades, adrede concebidas pelos que, em momento político delicadíssimo no país, embalam o circo midiático montado pela espetaculosa “Operação Peneira”.
Sou empresário de sucesso, educador de muitas gerações de goianas e goianos, deputado federal eleito com grande votação pela generosidade do povo de Goiás.
Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim.
Processarei todos os que tentam enxovalhar meu nome limpo, minha trajetória de vida impecável, tentando manchar a correção pessoal, profissional e empresarial que a norteia.
Me reconheço como homossexual. Sofri por toda minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é um crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime. A tentativa de enxovalhamento da reputação de um homem honesto é crime.
Corruptos pegos nas teias de abusos, manipulações e diversos crimes e que se encontram às voltas com a justiça, de forma solerte utilizam minha opção sexual – à qual exijo respeito – para a montagem de um circo de horrores onde buscam salvar-se à custa do sacrifício de minha honra pessoal.
Minha honra pertence a mim, aos meus parentes, aos meus amigos, aos meus eleitores, aos meus alunos, não aos detratores contumazes da moral alheia.
Agradeço comovido as milhares de manifestações recebidas de todo o Estado de Goiás e de todo o Brasil. Não me calarei! Levarei às barras da justiça as ratazanas roedoras que tentam acabar com minha reputação.
Alcides Ribeiro Filho – Deputado Federal
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