Ação culminou na fuga de 16 internos do Conjunto Penal de Eunápoliis, no extremo sul do estado; eles seguem foragidos. Investigações apontam que objetivo do grupo era libertar chefe de facção. Mais de dez presos fogem do Conjunto Penal de Eunápolis
A invasão ao Conjunto Penal de Eunápolis culminou na fuga de 16 detentos do presídio no extremo sul da Bahia. Até a noite de sexta (13), nenhum dos homens havia sido recapturado.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) do estado, esta foi a primeira vez que um presídio baiano foi invadido desse modo. Na ação, oito homens trocaram tiros com agentes de segurança e facilitaram a fuga dos internos, segundo as investigações.
O objetivo do grupo era libertar Edinaldo Pereira Souza, o “Dadá”, apontado como chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). Os outros 15 foragidos também integram a organização, segundo a polícia.
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Confira abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a fuga
Como os suspeitos invadiram o presídio?
Como os internos saíram do presídio?
Quem são os fugitivos?
Quem é Dada, o suposto líder da facção?
Quem são os invasores do presídio?
Como as buscas são feitas?
Quais as condições do presídio?
Como os suspeitos invadiram o presídio?
A fuga ocorreu por volta das 23h, quando oito indivíduos chegaram ao local a bordo de um veículo. A TV Bahia apurou que os invasores dispararam tiros contra as muralhas e torres de vigilância, cortaram parte da cerca metálica com um alicate e acessaram uma das torres próximas ao canil e à horta.
Veja, abaixo, uma simulação de como teria ocorrido a invasão:
Simulação mostra como criminosos fizeram para resgatar 16 detentos de presídio na Bahia
Durante a ação, os homens mataram um cão de guarda do presídio e abandonaram um fuzil calibre 5.56 — fabricado nos Estados Unidos e sem numeração aparente — no local. Dois carregadores com 57 cartuchos intactos também foram encontrados.
Como os internos saíram do presídio?
Os fugitivos estavam no pavilhão B do Conjunto Penal. Eles usaram uma “teresa” — tipo de corda artesanal formada por lençóis — para fugir pela lateral do alambrado.
Em entrevista ao vivo no Bahia Meio Dia e, depois, por telefone com o g1, o coronel Luís Alberto Paraíso explicou que foram “duas ações simultâneas”. De acordo com o PM, comandante de Policiamento da Região Sul, os internos perfuraram o teto de uma cela para fugir.
“O grupo criminoso veio de fora do presídio, cortou a grade e começou a atirar nas guaritas. Essa troca de tiro sustentou a fuga dos elementos que desceram por cordas e fugiram pelo matagal”.
Coronel da Polícia Militar da Bahia comenta fuga de presos no interior do estado
Essas informações não foram confirmadas pela Seap. Em nota, a pasta disse que “um grupo de homens fortemente armados invadiu o Conjunto Penal de Eunápolis e, após intensa troca de tiros com a segurança da unidade, abriram duas celas e 16 internos conseguiram fugir”.
A secretaria disse ainda que a Reviver, empresa que atua na segurança do local, acionou a polícia, mas não houve tempo hábil para impedir a fuga.
Quem são os fugitivos?
Detentos que fugiram de penitenciária da Bahia.
Reprodução/Seap
As identidades dos 16 fugitivos foram confirmadas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização. São eles:
Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dadá (chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis)
Sirlon Risério Dias Silva, conhecido como Saguin (sub líder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis)
Rubens Lourenço dos Santos, conhecido como Binho Zoião (da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis)
Altieri Amaral de Araújo, conhecido como Leleu (sub líder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis)
Mateus de Amaral Oliveira
Geifson de Jesus Souza
Anderson de Oliveira Lima
Anailton Souza Santos
Fernandes Pereira Queiroz
Giliard da Silva Moura
Valtinei dos Santos Lima
Romildo Pereira dos Santos
Thiago Almeida Ribeiro
Idário Silva Dias
Isaac Silva Ferreira
William Ferreira Miranda
Todos são apontados como membros da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis, com atuação também em outras cidades do sul e extremo sul da Bahia como Itabuna, Catu e Santa Cruz Cabrália, além de outros estados, como o Espírito Santo.
Quem é Dadá o suposto líder da facção?
Edinaldo Pereira Souza, conhecido como “Dadá”
Seap
Edinaldo Pereira Souza, o “Dadá”, é apontado como líder do grupo. O objetivo da ação criminosa era libertar o homem, que responde por crimes como tráfico de drogas, homicídio qualificado, associação criminosa e roubo majorado.
Quem são os invasores do presídio?
Pelo menos dois homens suspeitos de auxiliar nas fugas dos detentos já foram localizados. Um deles foi detido na manhã desta sexta. De acordo com a Polícia Civil, o homem confessou a participação no crime durante o interrogatório. Ele afirmou ter recebido um fuzil para usar na operação. Ao devolver o armamento, ele ganharia R$ 5 mil pelo serviço.
Ainda pela manhã, um segundo suspeito morreu em confronto com policiais civis. O homem foi identificado como Jaione de Souza, de 33 anos, conforme apurado pela TV Santa Cruz, afiliada da Rede Bahia na região.
Como as buscas são feitas?
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) se manifestou por meio de nota, ressaltando que as forças policiais atuam de forma integrada com a Seap, com o objetivo de recapturar os fugitivos.
O coronel Luís Alberto Paraíso, comandante de Policiamento da Região Sul, disse que a corporação intensificou as buscas na região. Ao longo da tarde de sexta, os agentes fizeram uma vistoria no presídio.
Imagens das câmeras de segurança da unidade prisional foram repassadas à Polícia Civil, que conduz as investigações.
Quais as condições do presídio?
Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia
Taisa Moura/TVSC
Antes da fuga dos detentos, o Conjunto Penal de Eunápolis abrigava 570 homens, dos quais:
269 eram presos provisórios;
237 cumpriam pena em regime fechado;
58 cumpriam pena em regime semiaberto interno;
6 cumpriam pena em regime semiaberto com trabalho externo.
O número supera a capacidade máxima do espaço: 457 internos.
Em nota enviada à imprensa, a Seap disse que, de janeiro de 2023 a dezembro deste ano, investiu R$ 16.777.000,00 em manutenções prediais e de instalações de segurança nas diversas unidades prisionais do estado, incluindo o presídio de Eunápolis.
Mapa mostra onde foi a fuga de detentos no Sul da Bahia
Arte g1
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