O forte aumento da taxa Selic pelo Banco Central, e a indicação de novas altas no começo de 2025, caracterizado como um “choque de juros”, repercutiu bem no mercado financeiro — que se mostrava reticente sobre a capacidade de o governo domar a inflação.
Entretanto, surtiu efeito contrário no setor produtivo, com várias entidades de representação do empresariado demonstrando preocupação com seus efeitos na economia real. Com juro mais alto, fica mais difícil, por exemplo, fazer investimentos.
Nesta quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano. Foi a maior alta desde o começo de 2022, e o BC indicou, ainda, dois novos aumentos da mesma magnitude no começo de 2025.
O objetivo é conter a escalada das projeções de inflação, que avançaram fortemente nas últimas semanas por conta de ruídos sobre o pacote de cotes de gastos, que embutiu também proposta de aumento da faixa de isenção do IR, assim como a expectativa de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos e um forte nível de atividade.
“A decisão do Copom foi surpreendentemente positiva. O mercado se deteriorou bastante após o frágil anúncio da tentativa de redução de gastos e o arcabouço fiscal não vem trazendo confiança para o mercado. São seguidos os déficits e a partir do momento em que 2025 já deveria entregar algum superávit, seria muito difícil que esta meta fosse alcançada com a redução anunciada”, avaliou o sócio-diretor da MAG Investimentos, Claudio Pires.
Para Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, a elevação do juro pelo BC não foi uma surpresa. Entretanto, a indicação de duas novas altas nos próximos meses surpreendeu. “A deterioração das expectativas de inflação, a depreciação recente da taxa de câmbio e a desancoragem das expectativas de médio prazo justificavam uma postura mais agressiva. A maior surpresa, entretanto, ficou por conta da indicação futura dos próximos passos de política monetária”, avaliou.
Na análise de Luis Otavio Leal, da G5 Partners, o movimento agressivo do Copom tem por objetivo dar um choque de credibilidade, mostrando que o BCB vai fazer de tudo para trazer a inflação para a meta, independentemente da postura fiscal do governo. Seria, segundo ele, o “whatever it takes” (custe o que custar) para trazer a inflação às metas.
Outro motivo para o choque de juros, apontou Leal, seria “dirimir as dúvidas com relação à postura do Banco Central quando da mudança da sua diretoria e, principalmente, do seu presidente”. A partir de 2025, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assume o comando do Banco Central.
Para Monica Araújo, estrategista de Alocação da InvestSmart XP, ao aumentar a Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e adiantar mais dois aumentos no próximo ano, o Copom trouxe uma “sinalização dura, o que pode ser positivo para ancoragem nas expectativas de inflação”, ou seja, sua queda em direção às metas. “O comunicado foi duro e é uma sinalização positiva para a ancoragem nas expectativas de inflação, diante do cenário de deterioração das últimas duas semanas”, avaliou.
Por outro lado
Entretanto, surtiu efeito contrário no setor produtivo, com várias entidades de representação do empresariado demonstrando preocupação com seus efeitos na economia real. Com juro mais alto, fica mais difícil, por exemplo, fazer investimentos.
Nesta quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano. Foi a maior alta desde o começo de 2022, e o BC indicou, ainda, dois novos aumentos da mesma magnitude no começo de 2025.
O objetivo é conter a escalada das projeções de inflação, que avançaram fortemente nas últimas semanas por conta de ruídos sobre o pacote de cotes de gastos, que embutiu também proposta de aumento da faixa de isenção do IR, assim como a expectativa de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos e um forte nível de atividade.
“A decisão do Copom foi surpreendentemente positiva. O mercado se deteriorou bastante após o frágil anúncio da tentativa de redução de gastos e o arcabouço fiscal não vem trazendo confiança para o mercado. São seguidos os déficits e a partir do momento em que 2025 já deveria entregar algum superávit, seria muito difícil que esta meta fosse alcançada com a redução anunciada”, avaliou o sócio-diretor da MAG Investimentos, Claudio Pires.
Para Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, a elevação do juro pelo BC não foi uma surpresa. Entretanto, a indicação de duas novas altas nos próximos meses surpreendeu. “A deterioração das expectativas de inflação, a depreciação recente da taxa de câmbio e a desancoragem das expectativas de médio prazo justificavam uma postura mais agressiva. A maior surpresa, entretanto, ficou por conta da indicação futura dos próximos passos de política monetária”, avaliou.
Na análise de Luis Otavio Leal, da G5 Partners, o movimento agressivo do Copom tem por objetivo dar um choque de credibilidade, mostrando que o BCB vai fazer de tudo para trazer a inflação para a meta, independentemente da postura fiscal do governo. Seria, segundo ele, o “whatever it takes” (custe o que custar) para trazer a inflação às metas.
Outro motivo para o choque de juros, apontou Leal, seria “dirimir as dúvidas com relação à postura do Banco Central quando da mudança da sua diretoria e, principalmente, do seu presidente”. A partir de 2025, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assume o comando do Banco Central.
Para Monica Araújo, estrategista de Alocação da InvestSmart XP, ao aumentar a Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e adiantar mais dois aumentos no próximo ano, o Copom trouxe uma “sinalização dura, o que pode ser positivo para ancoragem nas expectativas de inflação”, ou seja, sua queda em direção às metas. “O comunicado foi duro e é uma sinalização positiva para a ancoragem nas expectativas de inflação, diante do cenário de deterioração das últimas duas semanas”, avaliou.
Por outro lado