Lago de Furnas atinge capacidade máxima e gera movimento no turismo e na economia do Sul de Minas

A manutenção do nível de Furnas em 100% tem trazido resultados positivos para a região. A última vez que a represa atingiu o nível máximo foi no dia 13 de março de 2011. Lago de Furnas chega a sua capacidade máxima e movimenta o turismo e a economia da região
A manutenção do nível de Furnas em 100% tem trazido resultados positivos para o Sul de Minas. Condição que, além de aquecer o turismo, movimenta a economia da região e deixa o local ainda mais atrativo.
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Lago de Furnas atingiu sua capacidade máxima, ou seja, em 768 metros acima do nível do mar, como há muito tempo não se via.
A última vez que a represa atingiu o nível máximo foi no dia 13 de março de 2011. Doze anos se passaram e, agora, em 2023, o reservatório voltou a ficar cheio depois de muitas chuvas. Água que trouxe esperança para os 34 municípios banhados pelo Mar de Minas.
Lago de Furnas atinge capacidade máxima e gera movimento no turismo e na economia do Sul de Minas
Reprodução/EPTV
Em um dos restaurantes às margens do Lago de Furnas, o movimento aumentou cerca de 70% desde que a água começou a subir. Além disso, mais cinco funcionários foram contratados. O estabelecimento fica aberto durante toda a semana, algo que há muito tempo não acontecia.
“Quando a água subiu, o turismo aumentou mais de 70%. Está muito bom agora. (…) Estamos empregando mais gente, a renda está sendo melhor. Já está tendo movimento todos os dias em dia de semana. Agora é de segunda a segunda”, afirmou o empresário Adão Soares Primo.
Tanta água fez com que a Usina Hidrelétrica de Furnas abrisse os vertedouros em janeiro deste ano. Foram mais de dois meses de comportas abertas e cerca de 970 metros cúbicos por segundo, de água, saíram da represa. Por causa das chuvas dos últimos dias, elas voltaram a abrir. Benefícios também para um dos principais geradores de energia elétrica do país.
“Para o setor elétrico, a medida que deixa os reservatórios mais cheios, maior será queda. Portanto, o mesmo volume de água produzirá mais energia, exigindo-se menos térmica, menos custo para o consumidor”, explica o professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Afonso Henrique Moreira.
Lago de Furnas atinge capacidade máxima e gera movimento no turismo e na economia do Sul de Minas
Éder Souza
Com mais água, a impressão é que até a natureza está aliviada. É uma festa para a fauna e flora da região. Belezas que foram registradas pelas lentes de Daniel, um fotógrafo de Belo Horizonte (MG), que roda o país em busca de lugares encantadores.
“Fiz um passeio pelo lago com as lanchas. Está super bonito o lugar. A região é muito rica em paisagens, em belezes naturais, cachoeiras. A fauna também é muito bacana. Deu para fazer muita foto legal das aves da região”, contou o fotógrafo.
A torcida dos turistas e moradores da região é que o lago continue com nível alto por muito tempo. “O que a gente espera é que fique essa beleza, está lindo demais de se ver”, finalizou Adão.
Abertura do vertedouro
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela programação energética das unidades geradoras brasileiras, definiu a abertura do vertedouro da Usina de Furnas neste sábado (15), às 9h, em 500 m3/s para controle de nível de reservatório, em decorrência das chuvas recentes.
Antes disso, o nível do reservatório era de 767,9 metros, o que representa um volume útil de 99,92%. A Usina de Furnas está operando conforme despacho do ONS, com uma geração em torno de 700 MW, cerca de 58% da sua capacidade instalada que é de 1.216 MW.
O vertedouro da UHE Furnas havia sido aberto no último sábado (8) para controle de nível, permanecendo desta forma até o dia 11 de abril, quando foi fechado. Neste sábado (15) a medida foi retomada.
Segundo a gestão de Furnas, em ambos os casos, a abertura do vertedouro foi devidamente informada à Defesa Civil para medidas visando à segurança da população. “A hidrelétrica opera em plenas condições de segurança, sem qualquer anormalidade que comprometa sua integridade, o meio ambiente ou as pessoas”, afirmaram em nota.
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