Quem usa o transporte público estaria sendo cobrado de forma indevida, e ainda teria que lidar com transtornos com seus bancos emissores de cartões de crédito por causa de catracas que apresentam mensagens de erro. Moradores de Jundiaí (SP) reclamam de problemas com cobranças de transporte público
Arquivo pessoal
Moradores de Jundiaí (SP) estão enfrentando problemas com o sistema de catracas dos terminais e dos ônibus do transporte público da cidade. Segundo eles, as cobranças são feitas de forma indevida e, por isso, eles estariam lidando com transtornos com seus bancos emissores de cartões de crédito.
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Conforme relatos enviados ao g1 por moradores que não quiseram se identificar, o sistema de catracas do Transurb de Jundiaí, agência de passagens de ônibus do município, aceita duas formas de pagamento: uso do cartão recarregável da própria empresa e cartões de crédito em geral.
O que estes passageiros alegam é que, no momento da cobrança, a mensagem de “erro de leitura do cartão” aparece para eles, impedindo-os de passar pela catraca. Com isso, eles tentam novamente em outras catracas até conseguirem a liberação. Dias depois, todas as tentativas são cobradas nos cartões.
“Tenho um print de desconto em minha fatura e tem cobrança em horário que estava trabalhando. Algumas vezes eles dizem que são o saldo e referente a atraso no sistema, mas não, já fiz o teste é são erros de catraca”, alega um dos passageiros. (Veja o print no celular no início do texto)
Alguns moradores dizem que receberam reembolso da prefeitura por causa das tentativas com erro. Outros dizem que, ao solicitarem o reembolso, o banco ao qual possuem conta cancela o cartão de crédito.
Como o envio de um novo cartão pode demorar mais de uma semana, o transtorno também impede que o passageiro que não possui o cartão da Transurb ou dinheiro físico utilize o transporte público.
“Sei que o valor é pouco, mas acontece que não é a primeira vez, sempre acontece. Imagina isso acontecer com 5 mil pessoas ao mês? Já que mais de 100 mil pessoas usam o transporte público diariamente em Jundiaí”, diz outro morador.
A falta de funcionários é outra reclamação por parte dos jundiaienses. Segundo eles, nem sempre há alguém para cobrar o valor do dinheiro físico dentro do ônibus, o que causa uma superlotação na parte ao lado do motorista até a chegada ao terminal.
“Eles (prefeitura), alegam que são cobranças legitimas, mas uma vez descontou quatro vezes no mesmo dia com espaço de cinco minutos cada, quem usa quatro ônibus com estes minutos de diferença?”, destaca outro passageiro.
O que diz a prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Jundiaí explica que a Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT) está ciente do tema, mas reforça que os erros relatados pelos moradores são negativas dos bancos dos usuários, e não da Transurb.
Conforme a prefeitura, os cartões bancários são aceitos em 100% das catracas dos ônibus e terminais, com uma média diária de cinco mil cartões bancários usados para o pagamento das tarifas. Também informou que, além dos cartões de crédito, outras 85 mil passagens são pagas com os cartões da Transurb, seja por vale-transporte, escolar, comum e os gratuitos de idosos e pessoas com necessidades especiais.
“Diferente dos cartões da Transurb, os cartões bancários estão sujeitos a regras do Banco Central […]a cada passagem, o Sistema Bancário Nacional verifica as regras daquele banco e tenta fazer a cobrança no crédito, débito ou não autoriza”, explica.
Moradores reclamam de transporte público em Jundiaí (SP)
Prefeitura de Jundiaí/Divulgação
Desta forma, a pasta declarou que os erros são negativas dos bancos dos usuários, e não da Transurb, assim como ocorre quando os moradores tentam fazer uma compra em um mercado ou no posto de combustíveis e, por algum motivo, o cartão nega a transação.
“Em algumas situações (dependendo do banco emissor), esse sistema EMV permite a liberação da catraca e cobra do usuário em até 30 dias da passagem. Por isso alguns usuários recebem a cobrança posteriormente, porém não tem prejuízo nenhum, pois eles utilizaram e [apenas] o processamento bancário que foi defasado. Desta forma, as catracas não apresentam problemas ou os usuários estão tendo prejuízo”, pontuou.
Em caso de dúvidas, a prefeitura recomenda que os usuários enviem um e-mail ao [email protected] e lembra, ainda, que há um projeto em expansão e que atualmente existe em 18 linhas do sistema, onde os motoristas realizam diretamente a cobrança dos pagantes em dinheiro e, nas outras, além da opção dos pagamentos com os cartões da Transurb, há também o uso de QRcode ou cobradores.
Transporte coletivo estaria com problemas de cobrança em Jundiaí (SP), segundo moradores
Prefeitura de Jundiaí/Divulgação
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