Obra de recuperação estrutural da passarela avança nesta terça-feira (26), com o Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre) e o Corpo de Bombeiros. Passagem foi interditada por conta de erosões na região que avançam na média de 1 centímetro por dia em um dos principais pontos turísticos da capital. Bombeiros e Deracre fazem a instalação de cabos de aço
Eduarda Oliveira/Deracre
Após ficar interditada por mais de cinco meses, a passarela Joaquim Macedo, no Centro de Rio Branco passa por uma reforma reestrutural. Nesta terça-feira (26), o Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), junto com o Corpo de Bombeiros do Estado (CBMAC), instalou cabos de aço no pilar principal.
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No dia 16 de novembro, após uma visita técnica junto à empresa responsável pela reforma, o Deracre afirmou que a reestruturação iniciaria no dia 20 de novembro. A passarela foi interditada por conta de erosões na região que avançam na média de 1 centímetro por dia no local, que é um dos principais pontos turísticos da capital.
A presidente do Deracre, Sula Ximenes, destacou que a equipe de topografia do Deracre faz o monitoramento diário do solo, desde que a passarela sofreu um desmoronamento parcial, provocado pela erosão acelerada das margens do Rio Acre.
“A equipe do Corpo de Bombeiros atua na instalação dos cabos de aço, que serão ancorados às máquinas estrategicamente posicionadas ao lado da passarela, funcionando como suporte para o pilar principal da estrutura”, complementou.
De acordo com o órgão, o cronograma da obra inclui a montagem do canteiro e a instalação de sistemas de contenção, como cortinas atirantadas e estacas-prancha metálicas. O reforço da estrutura contará com a instalação de 18 estacas circulares no pilar danificado, garantindo maior estabilidade e segurança à passarela.
Passarela Joaquim Macêdo foi interditada por conta de danos no solo da região
Asscom/Deracre
Obras
As obras terão custo de R$ 18 milhões e têm previsão de durar 11 meses. “A intervenção, classificada como emergencial, atende ao disposto no Decreto nº 11.524, de 29 de julho de 2024, que declarou situação de emergência nos municípios de Rio Branco e Feijó, devido aos danos causados pela erosão fluvial”, informou o Deracre.
A passagem foi interditada por tempo indeterminado no dia 28 de junho por conta de erosões na região que avançam na média de 1 centímetro por dia em um dos principais pontos turísticos da capital, que é o Calçadão do Mercado Velho.
A Defesa Civil já alertou para que comerciantes saiam do local por conta do risco de desmoronamento.
Situação dos comerciantes
Erosão avança no Mercado Velho e Defesa Cvil alerta para que comerciantes deixem a área
Ainda é incerta a situação dos locatários de imóveis no Mercado Velho, segundo a Defesa Civil de Rio Branco. A erosão em um dos principais pontos turísticos da capital Acreana avança em média 1 centímetro a cada dois dias causando a interdição da região e o alerta para que os comerciantes deixem o local.
“Foi conversado com os proprietários, foi feita uma documentação onde a maioria deles ou todos eles, concordam com a desapropriação e sendo indenizado para poder sair do local”, explicou o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Cláudio Falcão.
A situação dos comerciantes alugam espaços na região, contudo, ainda não tem solução. Apesar de a data ideal para a liberação da área já ter passado, não há uma exigência imediata para que os comerciantes deixem o espaço.
Calçadão do Novo Mercado Velho, em Rio Branco, cede 1 centímetro a cada dois dias, diz Defesa Civil
Reprodução/Rede Amazônica Acre
“Nós procuraremos novamente conversar com o prefeito e também com a Casa Civil da prefeitura na próxima semana, lá para terça feira (29). Para poder realmente juntos, encontrarmos uma situação, uma definição em relação a eles, envolvendo inclusive também a Câmara de Vereadores, porque faz parte desse processo”, enfatizou.
Comerciantes expressam preocupações sobre a situação. Priscila Rodrigues, cabeleireira há mais de dez anos no local, relata que mudar de endereço não é viável, especialmente com os altos custos de aluguel em outras áreas. Muitos dependem da clientela construída ao longo dos anos e se sentem desamparados, sem suporte durante essa transição.
“Pessoalmente, a gente não está preparado, não está estruturado para isso. Já estou aqui há mais de dez anos. Tem comerciante aqui que está há mais de 25 anos e de uma para outra ter que sair. Quer dizer, a nossa clientela pessoal a gente construiu aqui e de repente, ter que sair, às vezes sem ter recurso nem que para onde a gente vai. Eu procurei outro local aqui na frente e é o triplo do valor do que a gente paga aqui”, lamentou.
Os frequentadores da região também lamentam a situação. “Eu frequentava com a minha família sempre que dava a gente frequentava. Só que da última vez que vim, achei muito perigoso”, comentou Arlete Freitas.
A crise começou após a cheia histórica do Acre em março deste ano, que resultou em deslizamentos de terra e na interdição da passarela Joaquim Macedo.
Calçadão do Novo Mercado Velho apresenta rachaduras e erosões ocasionados por conta da cheia e seca do Rio Acre
Vitória Guimarães/Rede Amazônica
O coronel Falcão ressaltou que, no momento, não é viável iniciar obras de manutenção, e afirma que um planejamento cuidadoso será necessário para resolver a questão, levando em conta a preservação de prédios históricos na área.
“Não é o momento agora ideal para iniciar uma obra. É preciso que se espere um outro período do ano. Para poder fazer isso, é preciso, inclusive, projetos e avaliação de custos também, que tudo isso está sendo tratado através do destaque da Seinfra, do Estado para poder aplicar essas medidas”, salientou.
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O Calçadão, que fica no Centro da capital, é um dos principais pontos turísticos de Rio Branco. No dia 12 de julho, parte do espaço, mais precisamente 270 metros, foi interditado por conta dos riscos para a população. Duas semanas antes, a Passarela Joaquim Macêdo, também na mesma região, foi interditada pelo mesmo motivo.
O doutor em Engenharia de Água e Meio Ambiente, Tarcísio Fernandes, apontou a cheia como uma das causadoras da erosão.
“A medida que a gente avança para esses cenários de mudança climática que tem potencializado as frequências desses eventos extremos, a perspectiva que temos não é tão boa em relação a esse espaço, se a gente tiver realmente uma alagação no próximo ano em um outro evento desse. A gente não sabe até quando essa estrutura aqui vai suportar tamanho e impacto seguidos”, alertou.
Calçadão do Novo Mercado Velho apresenta rachaduras e erosões ocasionados por conta da cheia e seca do Rio Acre
José Rodinei/Rede Amazônica
Erosões
O decreto de nº 11.524, referente às erosões, foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e considera a constatação em várias áreas situadas nas margens dos leitos dos dois mananciais nas últimas semanas.
Em Rio Branco, o documento aponta para o rompimento de calçadas, movimentação do Calçadão do Novo Mercado Velho e ‘potencial risco aos prédios históricos e construções vizinhas’, ocasionados pelas sucessivas reduções no nível do Rio Acre, que banha a capital acreana.
O decreto pontua estes dois tópicos e frisa para o que chama de fenômeno classificado e codificado como ‘desastre natural geológico’.
“Estas áreas sofrem com a alternância de períodos de cheias e secas e, com o avanço e retrocesso do nível d´água, material sedimentar, detritos e resíduos são carreados aos Rios, entupindo os drenos e canais de drenagem, contribuindo fortemente para a formação de espaços vazios que causam voçorocas e movimentações de massa, as quais vêm ocorrendo de forma progressiva e considerável”, destaca o documento.
Passarela Joaquim Macedo é interditada por tempo indeterminado em Rio Branco
Marcos Vicentti/Secom
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