No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,04%, cotado a R$ 5,8080. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou com um avanço de 0,69%, aos 129.922 pontos.
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O dólar abriu em leve alta nesta quarta-feira (27), em um dia com uma agenda recheada de importantes dados econômicos, com destaque para inflação e Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos durante a manhã e números do mercado de trabalho brasileiro à tarde.
O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hezbollah ajuda a acalmar os ânimos dos investidores no exterior, que passam a enxergar uma escalada no conflito no Oriente Médio — e seus potenciais impactos econômicos — como mais distantes.
No Brasil, em contrapartida, a expectativa ainda é pelo anúncio do pacote de corte de gastos pelo governo federal. Também, no cenário político, o mercado repercute o relatório final da investigação da Polícia Federal (PF) sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022, que teve seu sigilo derrubado nesta terça-feira (26).
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 09h, o dólar subia 0,12%, cotado a R$ 5,8150. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,04%, cotada a R$ 5,8080.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,10% na semana;
ganho de 0,46% no mês;
alta de 19,69% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,69%, aos 129.922 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,62% na semana;
avanço de 0,16% no mês;
recuo de 3,18% no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
O assunto que rege o mercado brasileiro nesta semana continua o mesmo de todo o mês de novembro: o cenário fiscal. A espera pelo anúncio do pacote de corte de gastos já dura quase um mês, já que a expectativa inicial era que o governo divulgasse as medidas logo após o fim do segundo turno das eleições municipais.
Na última sexta-feira (22), o governo já anunciou um bloqueio de R$ 6 bilhões no Orçamento deste ano. Com isso, o governo totaliza R$ 19,3 bilhões já bloqueados nos últimos meses para tentar compensar o avanço das despesas obrigatórias, como gastos com a previdência.
Mesmo com a contenção anunciada na sexta, o mercado ainda aguarda o pacote de corte de gastos para entender como o governo pretende lidar com as contas públicas nos próximos anos para cumprir o arcabouço fiscal — as regras que determinam quanto o país pode gastar para manter sua saúde financeira.
Na véspera, após passar o dia em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir os ajustes finais do pacote de cortes de gastos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a lista de medidas já foi concluída e que o governo deve enviar ao Congresso um projeto de lei e uma proposta de emenda à Constituição.
Por isso, antes da divulgação, o governo vai apresentar as linhas gerais das medidas aos presidentes da Câmara e do Senado. Haddad disse que o anúncio vai ser feito ainda esta semana.
A ideia é que, com os cortes de gastos, o governo consiga equilibrar a situação das contas públicas e honrar o arcabouço fiscal. Contas mais controladas são bem vistas por investidores porque aumentam a confiança de que o país será capaz de arcar com suas dívidas.
Ainda no Brasil, investidores também repercutiram os novos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15, considerado a prévia da inflação). O indicador registrou uma alta de 0,62% em novembro, puxada principalmente pelo grupo de Alimentação e bebidas (1,34%).
O IPCA-15 ainda acumula um avanço de 4,35% no ano e de 4,77% em 12 meses.
O resultado veio bem acima da média das expectativas do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,48%. O número volta a colocar as expectativas pelo futuro dos juros no país em evidência.
Já no exterior, o foco ficou com a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), divulgada hoje.
O documento indicou que autoridades da instituição ficaram divididas sobre o quanto ainda precisariam reduzir os juros dos EUA. O grupo, no entanto, concordou que esse é o momento de evitar dar orientações muito concretas sobre como a política monetária do país deve evoluir nas próximas semanas.
Além disso, o mercado também continuou a repercutir a nomeação de Scott Bessent como secretário do Tesouro do futuro governo de Donald Trump. A leitura é que o escolhido pode tomar medidas para restringir mais empréstimos do governo, mesmo que cumpra com as promessas de campanha fiscais e comerciais.
As tensões geopolíticas ao redor do mundo também seguiram no radar.
*Com informações da agência de notícias Reuters