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General Heleno usou recursos do GSI para disseminar informações falsas de fraude eleitoral, aponta PF


Objetivo era criar instabilidade política para uma intervenção militar no país. Ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro também seria chefe de um gabinete de crise, montado após a realização do golpe de Estado em 16 de dezembro de 2022. O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), usou recursos do gabinete para disseminar informações falsas de fraude eleitoral, aponta o relatório da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente e seus apoiadores. O objetivo seria criar um clima de instabilidade política que justificasse uma intervenção militar no país.
O relatório aponta que o militar ” atuou de forma destacada no planejamento e execução de medidas para desacreditar o processo eleitoral brasileiro e para subverter o regime democrático”.
A PF aprendeu na casa do general documentos que traziam” argumentos relacionados a inconsistências e vulnerabilidades nas urnas eletrônicas, servindo de subsídio para a propagação de informações falsas sobre o sistema de votação, linha de atuação do grupo investigado”.
Heleno, segundo o relatório, coordenou ações com a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), orientando para que a agência produzisse e disseminasse relatórios e documentos com informações falsas sobre as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Lula (PT). Na época, o diretor-geral da Abin era Alexandre Ramagem, um dos indiciados pela PF.
Ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno.
Geraldo Magela/Agência Senado
Criação de um gabinete de crise
Além dos documentos que apontam a disseminação de informações falsas sobre o processo eleitoral, o relatório da PF afirma que havia uma minuta para a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria instituído pelo GSI em 16 de dezembro de 2022, um dia após a consumação do golpe de Estado.
O general Heleno seria o chefe deste gabinete, tendo o general Braga Netto como coordenador geral e a participação dos indiciados Filipe Martins e general Mario Fernandes. O objetivo era assessorar Bolsonaro na administração dos fatos decorrentes da ruptura institucional e teria a função de consolidar o poder dos golpistas e reprimir qualquer oposição ao novo regime.
O relatório afirma que “mesmo diante da não concretização do golpe de Estado no dia 15 de dezembro de 2022, os investigados ainda aguardavam uma ação que pudesse desencadear a ruptura institucional, com o apoio das Forças Armadas”. Os indiciados seguiram monitorando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e seguiram subsidiando e incitando as manifestações antidemocráticas em frente aos quartéis.
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