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Menores bairros de Belo Horizonte têm apenas cinco habitantes e três ruas; conheça


São Damião é o bairro menos populoso da capital, enquanto Bacurau é o menor em extensão territorial. Bem-vindos aos menores bairros de BH: São Damião e Bacurau.
Reprodução/TV Globo
Quantas pessoas cabem em um bairro? No Buritis, o mais populoso de Minas Gerais e localizado na região Oeste de Belo Horizonte, são mais de 42 mil moradores. Por outro lado, existem bairros na capital mineira com populações do tamanho de um time de futsal e características peculiares.
E quais são os menores bairros de Belo Horizonte? Bem-vindos ao São Damião e ao Bacurau!
Localizados nas regiões Venda Nova e Norte de Belo Horizonte, perto da Cidade Administrativa, um deles tem apenas cinco habitantes, enquanto outro tem apenas três ruas e um beco.
‘Kombi bar’ localizada na Avenida Existente, a principal do São Damião.
Sérgio Leite/TV Globo
Apenas cinco habitantes
No bairro São Damião, em Venda Nova, está a kombi-bar do comerciante Eliseu Vieira. Ele atende principalmente clientes do Serra Verde e de cidades da região metropolitana, sendo poucos os consumidores que moram na região. Isso porque, segundo o último levantamento do IBGE de 2022, o bairro conta com apenas cinco moradores.
“O que mais me chamou a atenção é que, apesar de pequeno, tem movimento. Estamos perto de uma via de acesso que divide três municípios. Tenho clientes de várias cidades, Santa Luzia, Vespasiano e Belo Horizonte. Então tem essa vantagem”, contou o comerciante.
Para ter sucesso no bairro menos populoso de Belo Horizonte, Eliseu investe em estratégias para atrair clientes de fora.
“Se eu preciso do cliente de fora, preciso fazer ele parar. A opção que tive e que está funcionando bem é uma promoção em que você compra o caldo de cana com pastel e toma caldo à vontade. Sai satisfeito e o cliente volta”, completou.
Ester Vieira, filha de Eliseu e estudante, ajuda no negócio. Ela conta que, como tudo depende dos motoristas e motoboys que passam pela avenida, às vezes precisa dar uma improvisada no fogão.
“Aqui é muito engraçado. Tem vezes que está sem ninguém e, do nada, aparece um tanto de gente. A maioria das pessoas que vem aqui a gente já atendeu uma ou duas vezes, então acabamos conhecendo. É muita interação com as pessoas. Percebemos que, por serem de lugares muito diferentes, notamos a diferença de cada um, como tratam, e é bem legal isso”, contou a estudante.
Eliseu e Ester, responsáveis por um comércio no bairro de apenas 5 habitantes de BH.
Sérgio Leite/TV Globo
Em crescimento
A região enfrenta desafios. Os moradores afirmam que a população está crescendo e que já seriam 20 pessoas no bairro, um aumento de 400% em dois anos, se estiverem corretos. Eles pedem que as autoridades olhem com mais cuidado para a região, especialmente em relação à infraestrutura básica, como coleta de lixo e iluminação pública.
“Aqui temos acesso a tudo: aeroporto, Venda Nova, shopping é muito perto, estamos em frente à Cidade Administrativa. Mas tem muita coisa que precisamos ainda. Precisamos de uma rua com coleta de lixo, iluminação pública”, comentou André Luiz Ferreira de Lima, bombeiro militar e morador do São Damião.
A TV Globo entrou em contato com as prefeituras de Belo Horizonte e Santa Luzia a respeito dessas reivindicações, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Luiz e Paula, donos do único lava-jato do bairro São Damião.
Sérgio Leite/TV Globo
Parceria entre vizinhos
No único lava-jato da região, o casal Luiz e Paula Ferreira Pacheco atende principalmente moradores do São Damião.
“Sempre tem um vizinho pra ficar de olho. ‘Vou ali rapidinho, você olha pra mim?’ É sempre assim, um ajudando o outro”, destacou.
Ela conta que a propaganda do negócio é feita de forma tradicional: no boca a boca. No entanto, mesmo vendendo só pra conhecidos, não existe garantia de “calote zero”!
“Às vezes, temos que lembrar alguns clientes: ‘Tem como fazer meu pix aí?’ Porque senão não pagam. Todo mundo conhece todo mundo, mas quem é sabe”, brincou.
Rua no bairro Bacurau, o menor de BH em extensão.
Sérgio Leite/TV Globo
‘Se for, vá na paz’
Já na Região Norte de Belo Horizonte, está o bairro Bacurau. Warlei dos Santos, pastor e um dos moradores mais antigos, descobriu graças ao g1 que mora no menor bairro da capital.
“Eu estava em casa um dia e o Alex [Araújo, repórter] do g1 me ligou e falou: ‘Seu Warlei, tudo bom? Você sabia que mora no menor bairro de Belo Horizonte?’. Eu falei: ‘Você tá louco? Nada disso'”, conta ele, entre risos.
Bacurau é o menor bairro em extensão territorial da capital, com cerca de 3 mil metros quadrados, composto por três ruas e um beco. Ele fica entre o Campo Alegre e o Vila Clóris.
O nome é uma referência a um pássaro noturno comum na região e o bairro ficou mais conhecido em 2019, quando foi lançado o filme de Kleber Mendonça Filho.
“É bom, é tranquilo, porque o bairro tem uma rotina. Todo mundo sai cedo para trabalhar e chega tarde. Você vê as pessoas, dá um bom dia, uma boa tarde e uma boa noite, e mais nada. No fim de semana, temos um tempinho pra conversar, bater um papo. Todo mundo é amigo”, descreveu o morador.
Warlei dos Santos, um dos moradores de Bacurau, menor bairro em extensão de BH.
Sérgio Leite/TV Globo
Warlei ressalta a localização e a variedade de serviços e de acesso como a principal vantagem de morar no bairro. E, afinal, quem nasce em Bacurau é o quê?
“Com meus 56 anos de vida, nunca ouvi essa pergunta, mas vamos lá: seria bacurano? Bacuraense? Bacurense? Vamos ficar com bacurense mesmo?”
Esses bairros, apesar de pequenos em população ou extensão, possuem histórias e moradores que valorizam a tranquilidade e o senso de comunidade. Eles também enfrentam desafios e esperam que as autoridades atentem para suas necessidades, melhorando a infraestrutura e os serviços básicos.
Enquanto isso, a vida segue em São Damião e em Bacurau!
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