Durante a operação foram cumpridos 88 mandados de suspensão da atividade econômica e bloqueio de contas bancárias de empresas de diferentes setores, além de 117 mandados de sequestro de veículos automotores e 45 de imóveis. Coordenador da Receita Estadual e Chefe de Departamento da Polícia Civil concedem entrevista coletiva sobre Operação Caça-Fantasmas
Reprodução/ Inter TV Grande Minas
Um grupo que pode ter causado um prejuízo de R$ 600 milhões em sonegação fiscal foi alvo de uma operação da Polícia Civil em Unaí nesta terça-feira (26). Os alvos da ação, denominada Caça-Fantasma, ainda estariam cometendo estelionato contra produtores rurais.
Durante a operação foram cumpridos 88 mandados de suspensão da atividade econômica e bloqueio de contas bancárias de empresas de diferentes setores, além de 117 mandados de sequestro de veículos automotores e 45 de imóveis. Também ficou determinado o bloqueio de dezenas de contas bancárias operadas pelos envolvidos em nome de terceiros.
📲Clique aqui para seguir o canal do g1 Grande Minas no WhatsApp
Conforme as investigações, os suspeitos usavam negócios tidos como lícitos para disfarçar a movimentação financeira. Ao longo da operação, foram fiscalizadas empresas dos ramos de supermercados, academias, casa lotérica, cafeteria, postos de gasolina, lojas de conveniência e outros.
“Eles abriam uma empresa intermediária, entre quem vendia e quem de fato comprava, e na legislação ele ficava responsável pelo pagamento de tributo, mas esse tributo nunca era pago. A gente está falando de uma ordem de mais de R$ 1 bilhão em notas fiscais ideologicamente falsas, que eram comercializadas com empresas abertas por laranjas. A investigação identificou que algumas pessoas se valiam dessas empresas para fazer as negociações, ou seja, quem vendia e quem comprava ficava sem o pagamento do tributo”, detalha o coordenador da Receita Estadual, Flávio Andrada.
De acordo com a apuração da PC, os investigados faziam mutirões para selecionar pessoas para fazerem as aberturas das empresas fantasmas.
“Até o momento, foram identificadas 268 empresas em nome de laranjas. Membros dessa organização captavam pessoas de baixa renda e escolaridade com a finalidade de usarem seus dados para aberturas de empresas e fazer a negociação de grãos. As investigações começaram a partir de crimes de estelionatos por parte de alguns dos investigados que causaram prejuízos milionários contra produtores rurais”, explicou o chefe de departamento da Polícia Civil, Douglas Antônio Ramos Magela
A organização também é investigada por crimes como falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema da administração pública e uso de documento falso.
“Quem sofre com isso é a sociedade que fica sem esse dinheiro que é sonegado e poderia custear a saúde, a segurança pública, rodovias, serviços públicos prestados”, ressaltou o coordenador da Receita Estadual, Flávio Andrada.
As investigações continuam.
Vídeos do Norte, Centro e Noroeste de MG