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Após vazamento de áudio com ataques racistas, mãe de Ana Paula Minerato diz que ‘a verdade vai aparecer’


Sylvia Minerato publicou nas redes sociais uma foto da filha no hospital e disse que a modelo não tem condições de falar sobre as acusações. Ana Paula Minerato é atendida após áudio vazar com ataques racistas; à direita, a modelo durante desfile da Gaviões da Fiel
Reprodução
Após o vazamento do áudio com ataques racistas, a mãe da modelo Ana Paula Minerato, Sylvia Minerato, publicou nas redes sociais uma foto da filha no hospital na segunda-feira (25) e se pronunciou sobre as acusações.
Sylvia afirmou que a filha não está em condições de falar sobre o ocorrido. “A verdade vai aparecer e faremos justiça. Internet não é terra sem lei. Mas nesse momento o mais importante é cuidar da sua saúde”, escreveu no Instagram.
Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia localizado a defesa da modelo. O espaço segue aberto para manifestações.
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No áudio, que veio à tona no domingo (24), Ana Paula supostamente conversa com o namorado, o rapper KT Gomez, sobre a cantora negra Ananda, da banda Melanina Carioca, e faz ataques racistas.
“Empregada do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro? Não sabia que você gostava de mina com cabelo duro. Você gosta de mina com cabelo duro? Cabelo duro você gosta? Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Você gosta de neguinha? Porque isso aí é neguinha, né. Alguém ali o pai ou a mãe veio da África”, diz no áudio.
Depois da repercussão do caso, a Gaviões da Fiel desligou Ana Paula de todas as atividades da escola de samba da torcida organizada. A rádio Band FM, onde a modelo apresentava um programa diário desde 2018, também a demitiu.
A Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania ainda abriu um procedimento administrativo para apurar o vazamento do áudio.
De acordo com a pasta, o processo foi aberto nesta segunda pela Ouvidoria da Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN), que “notificará as partes envolvidas, garantindo o direito de apresentação de defesa preliminar”.
Como será o processo
O procedimento instaurado contra a modelo, de natureza administrativa, tem como fundamento a Lei Estadual 14.187/2010, sancionada pelo então governador Alberto Goldman (1937/2019) e que regulamenta os processos administrativos por discriminação racial em São Paulo.
Esse tipo de processo administrativo tramita na Secretaria da Justiça e Cidadania. A pena vai de advertência a multa. O valor da penalidade varia de R$ 17.680,00 a R$ 106.080,00.
De acordo com o órgão, além do procedimento instaurado nesta segunda-feira, a sua Coordenadoria de Políticas para a População Negra “está à disposição da vítima, oferecendo acolhimento e orientação necessárias”.
👉 Dados da Secretaria da Justiça e da Cidadania obtidos com exclusividade pela GloboNews apontam que, entre janeiro e outubro deste ano, o órgão recebeu 279 denúncias de discriminação étnico-racial. No mesmo período de 2023, este número foi até maior, quando houve 329 denúncias.
Desfile em 2022
Ana Paula Minerato no Carnaval da Gaviões da Fiel
Reprodução/Redes sociais
Em 2022, Minerato desfilou pela Gaviões da Fiel, do Grupo Especial, quando o samba-enredo da escola abordou a desigualdade social. A escravidão no Brasil foi um dos assuntos citados na letra, que discutia o papel dos senhores de engenho que enriqueceram por meio do trabalho de homens e mulheres escravizados.
A modelo vestia uma roupa com a palavra “Basta” estampada, pois era o título do samba-enredo (veja abaixo).
Ana Paula Minerato comemora volta triunfal à Gaviões da Fiel posando sensual
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