O Globo Repórter conversou com pesquisadores que pensam em soluções para evitar os golpes criados com inteligência artificial. Avanço da IA também traz preocupações
Reprodução/TV Globo
O Globo Repórter desta sexta-feira (22) conversou com especialistas sobre as preocupações que surgem com o mau uso da inteligência artificial. Os pesquisadores pensam em soluções para evitar os golpes criados com essa tecnologia. Saiba mais abaixo.
Deepfakes
Deepfakes: pesquisadores desenvolvem algoritmos que conseguem detectar áudios e vídeos falsos
Entre os principais problemas apontados pelos especialistas está a proliferação de deepfakes, mensagens produzidas através de IA com imagens ou áudios falsos.
Esse é um dos temas pesquisados por esse grupo na Unicamp, referência na América Latina. Lá, os pesquisadores desenvolvem algoritmos que conseguem detectar áudios e vídeos falsos.
“Quase que um trabalho forense mesmo de ir lá, olhar pro dado, né? Olhar, deixa eu analisar esse sinal de vídeo, deixa eu olhar para esse sinal de áudio e ver quais são os detalhes que mostram que opa, ele não é verdadeiro, né?” , explica a pesquisadora Paula Costa.
A Paula é otimista em relação ao futuro da IA, mas com cautela.
“De fato, hoje, com a inteligência artificial, a gente tem a possibilidade de encontrar a vacina do HIV, a cura do câncer, né, de estarmos melhor preparados para a próxima pandemia, de resolver os problemas da mudança climática.”
A especialista também alerta sobre quais os cuidados ter nesse mundo novo cheio de inteligências artificiais.
“Primeira coisa é não ter medo e entender que ela está ali como alguma coisa que tem capacidade de estender nossa mente, estender nossa capacidade de fazer mais e melhor do que a gente já faz hoje. Cada cidadão, começar de criança, entender que essas coisas existem, que têm impacto e qual o uso que a gente pode e quer fazer dela, é fundamental. E que a gente se permita aprender. A gente precisa, como sociedade, entender isso, refletir sobre isso, conversar sobre isso”, ressalta a pesquisadora da Unicamp.
Racismo algoritmo
Racismo algoritmo: pesquisadora estuda tema que surge com avanço da IA
O racismo algorítmico é o objeto de estudo do mestrada da carioca Nina da Hora, pesquisadora na área de pensamento computacional.
“Não é sobre ter mais rosto de pessoas negras na base de dados, né? É sobre o que está sendo feito na hora que você tem esse rosto negro. Quais as decisões estão sendo tomadas. Estão sendo feitas algumas comparações e afirmações de que o rosto de algumas dessas pessoas negras são considerados rostos perigosos na sociedade ou que cometeram algum crime e, muitas vezes, essas pessoas não cometeram nenhum crime”, afirma.
A busca por uma solução virou meta de vida da pesquisadora.
“Uma continuidade do que já existe na nossa sociedade só que engajada por algoritmos e acelerando esse processo. Eles vão reproduzir. E eles vão acelerar porque aí a gente não tem controle de onde eles vão reproduzir isso.”
Ética e Regulamentação da IA
Os possíveis desafios trazidos pelo avanço da IA são discutidos até na biblioteca nacional.
“A gente tem a preocupação do respeito às referências bibliográficas, as limitações que a inteligência artificial precisa preservar para garantir a veracidade, a segurança da informação”, ressalta Gabriela dos Santos, arquivista e advogada.
“O fato do direito autoral, ele estar sendo transgredido, isso está sendo discutido ainda no Congresso Nacional de que maneira será reparado esse dano”, pontua Sérgio Friess, professor de responsabilidade da IA.
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