Chamada de Aquaponia, sistema tem sido desenvolvido por pesquisadores da Ufam, que pretendem ofertar tecnologia como opção para agricultores da região. Solução sustentável une criação de peixes e cultivo de hortaliças no Amazonas
Reprodução/Rede Amazônica
Com a crescente escassez de recursos naturais, o setor rural busca alternativas para manter a produção e atender ao consumo crescente. Entre as soluções, existe a aquaponia que integra piscicultura e o cultivo de hortaliças e tem inspirado pesquisas na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
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Em entrevista à Rede Amazônica, o pesquisador Paulo Amaral, explicou mais sobre o projeto e os benefícios do modelo para o agricultores.
“A aquaponia consiste no aproveitamento dos nutrientes gerados pelos peixes para a produção de hortaliças. A ração fornecida aos peixes é excretada, decomposta em filtros por bactérias e transformada em nutrientes que as plantas precisam para se desenvolver”, disse.
Além de ser uma alternativa em áreas com limitações de solo, o sistema aposta na reutilização da água por meio do sistema RAS (Recirculating Aquaculture System).
Segundo Amaral, a aquaponia consome menos energia se comparada à piscicultura tradicional.
“No sistema de Aquaponia, a gente tem uma menor potência instalada e quando a gente relaciona isso ao kW/h, o consumo é menor se comparado a psicultura tradicional, então a gente já está tendo esse resultado”, afirmou.
Enquanto a piscicultura convencional alcança até 1,5 kg de pescado por metro cúbico de água, o sistema aquapônico pode ultrapassar 30 kg no mesmo espaço. O pesquisador Clóvis Eduardo explica que os processos diários de controle, como pH, oxigênio e alimentação, são essenciais para a eficiência do sistema.
Ainda segundo os pesquisadores, nesta primeira fase, os estudos focam na criação de tambaqui. Até o próximo semestre, os pesquisadores pretendem iniciar o cultivo das hortaliças, fechando o ciclo produtivo.
“A gente precisa dimensionar para poder oferecer para o produtor essa tecnologia, então essa é uma das dificuldades que a gente está tentando resolver”, pontuou Paulo Amaral.
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