Projeto vai operar com 100% de energia limpa e tem capacidade de aumentar em até 100% movimentação de contêineres do porto e ampliar exportações a partir de 2026. Leonardo Levy, diretor de Investimentos da APM Terminals, fala sobre o novo terminal de contêineres da empresa em Suape
Aconteceu nesta sexta-feira (22) o lançamento da pedra fundamental de um novo terminal de contêineres no Complexo Portuário Industrial de Suape, com investimento de R$ 1,6 bilhão e geração de 500 empregos diretos, durante a fase de construção, e 2 mil postos de trabalho indiretos. A previsão é que a nova unidade comece a operar em 2026, com capacidade inicial de 400 mil TEUs (unidade de medida padrão para contêineres) por ano.
A implantação do projeto do Terminal de Uso Privativo (TUP) da APM Terminals, do grupo dinamarquês Maersk, prevê uma operação totalmente elétrica – a primeira da América Latina – que vai representar em benefícios estratégicos e ambientais, como a redução das emissões de gás carbônico (CO2), a otimização da logística e a redução de custos de operação em Suape.
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Com o novo terminal, a capacidade de operação de cargas e contêineres no complexo portuário será ampliada em 55%, num primeiro momento.
Atualmente, o porto opera 500 mil TEUs por ano, com capacidade de chegar a 1 milhão de TEUs/ano. O novo terminal deve iniciar a operação com capacidade de 400 mil TEUs/ano e pode alcançar até 1 milhão de TEUs/ano.
“Suape tem um porto localizado num lugar estratégico no mundo. Mas também Suape hoje é um dos portos mais caros do Brasil e a gente acha que aqui realmente precisa ter um choque de concorrência, mais competição, com um terminal novo, com tecnologia e que vai trazer mais competitividade para as indústrias da região”, disse Leonardo Levy, diretor de Investimentos da APM Terminals.
O diretor da APM Terminals destacou também a importância de uma operação 100% eletrificada, considerando a necessidade de utilizar medidas que contribuam para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
“Um terminal 100% eletrificado acaba alinhado com a infraestrutura que está aqui pronta para os próximos 30, 40 anos. Hoje fala-se na necessidade de descarbonizar as indústrias. Não adianta nada a gente olhar para dentro do país e trazer a descarbonização para dentro das plantas industriais, se a gente não falar também da cadeia logística; que é necessário você também descarbonizar para os produtos brasileiros chegarem lá fora com esta certificação de estarem verdes”, analisou Leonardo Levy.
Investimentos no Porto de Suape e conclusão da Transnordestina
Imagem do Porto de Suape
Ezequiel Quirino/TV Globo
Criado em 1978, entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, no Grande Recife, o Porto de Suape é um dos principais atracadouros do país.
Com a conclusão do trecho da ferrovia Transnordestina que vai ligar o município de Salgueiro – no Sertão – ao Porto de Suape, o Ministério dos Portos e Aeroportos considera que a operação de cargas em Suape deve crescer 100%.
“Essa é uma construção que desde o primeiro momento passou por muitos agentes para a consolidação. O Tecon Suape (Terminal de Contêineres) é um grande operador, mas a chegada da APM Terminals traz um operador internacional, fundamental para poder globalizar Suape no mercado internacional. Suape estava perdendo para Pecém (CE), para Santos (SP). Temos que trabalhar para iniciar a licitação da Transnordestina, que tem o potencial de dobrar a capacidade de Suape. São obras estruturantes fundamentais para Pernambuco”, destacou o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho.
Segundo o ministro, já foram investidos cerca de R$ 2 bilhões na estrutura portuária de Suape, incluindo R$ 300 milhões em dragagem e requalificação do molhe (espécie de paredão para proteção da entrada do porto).
A governadora Raquel Lyra (PSDB) abordou a importância do projeto para aumentar a competitividade do porto.
“Pernambuco tem feito um investimento para garantir que o Porto de Suape tenha um diferencial em relação a outros portos do Nordeste e do Brasil. A dragagem externa está praticamente concluída; a dragagem interna está em processo de licitação; a requalificação do molhe está acontecendo para garantir estabilidade e segurança para aqueles que fazem o seu transporte marítimo aqui. E hoje, a APM Terminals – que é a maior empresa de logística do mundo – está lançando a pedra fundamental que vai permitir maior competitividade no transporte de cargas”, considerou a governadora.
A prefeita de Ipojuca, Célia Sales (PP), encaminhou para a Câmara de Vereadores um projeto para a concessão de incentivos ficais para a APM Terminals que, se aprovado, dará descontos de 50% no IPTU e de 60% no ISS até 2033, o que vai gerar uma renúncia fiscal estimada em R$ 144,5 milhões.
A próxima fase da implementação do terminal de contêineres da APM Terminals será a escolha das empresas que vão construir o cais, o pátio e os prédios da empresa. A previsão é que a operação seja iniciada em 2026.
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