O governador de SP (São Paulo), Tarcísio de Freitas (Republicanos), se pronunciou sobre as investigações da PF (Polícia Federal) que ligam o ex-presidente Jair Bolsonaro a uma tentativa de golpe no país. Para Tarcísio, Bolsonaro é inocente, já que ele “respeitou o resultado da eleição”.
A nota foi publicada na noite de quinta-feira (21), em seu perfil oficial do X. Ele não atacou as autoridades que conduzem as investigações, mas defendeu que elas mostrem “a verdade dos fatos”.
“Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos”, afirmou o governador de São Paulo.
Governador de SP e Bolsonaro são aliados há anos
Tarcísio é considerado o favorito para suceder Bolsonaro em uma eventual candidatura de direita à Presidência da República. Contudo, tem dito a aliados que prefere concorrer à reeleição em São Paulo, uma eleição que é considerada mais simples para ele.
Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a…
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) November 21, 2024
Com frequência, Tarcísio é cobrado a fazer acenos e defesas mais enfáticas a Bolsonaro, seu padrinho político. Tarcísio foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro e não deixa de comparecer a eventos quando convocado pelo ex-presidente.
Por que Bolsonaro foi indiciado?
Segundo a investigação da PF, o ex-presidente e outros 36 aliados teriam atuado com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após a eleição de 2022.
Bolsonaro é suspeito de cometer pelo menos três crimes previstos no Código Penal. Somadas, as penas máximas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
O relatório ainda passará pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que vai decidir se os indiciados deverão ser denunciados, e pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que analisará se a denúncia deverá ser acatada.
Em entrevista ao portal “Metrópoles”, compartilhada no próprio perfil de Bolsonaro, o ex-presidente disse que “a luta começa na PGR” e que não poderia esperar algo diferente de “quem usa a criatividade”. O inquérito será enviado agora ao procurador-geral da República Paulo Gonet, a quem caberá decidir se denuncia ou não o ex-presidente.
Além de Bolsonaro, estão entre os indiciados:
- O ex-ministro general Augusto Heleno;
- O ex-ministro general Braga Netto;
- O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid;
- O presidente do PL, Valdemar Costa Neto;
- O ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem.