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Lula desabafa sobre plano de envenenamento que envolveu 36 militares: ‘Não deu certo’

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (21) que é grato por estar vivo, referindo-se ao plano de envenenamento revelado pela PF nesta semana. A declaração ocorreu durante a cerimônia de divulgação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias, no Palácio do Planalto.

Plano de envenenamento contra Lula, Alckmin e Moraes teria a participação de 35 militares; generais e coronéis estão entre os investigados

Lula agradeceu por estar vivo após plano de envenenamento frustrado – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/Reprodução/ND

“Sou um cara que tem que agradecer muito mais porque estou vivo. A tentativa de envenenar eu e o [Geraldo] Alckmin não deu certo, estamos aqui”, disse o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva durante o evento.

A declaração ocorreu dois dias após a Polícia Federal prender cinco pessoas na Operação Contragolpe. O presidente reforçou que seu governo não pretende retaliar os envolvidos e deixou um recado claro: “Não quero envenenar ninguém. Eu não quero nem perseguir ninguém”.

A operação revelou um plano detalhado para impedir a posse de Lula e restringir a atuação do Poder Judiciário. O esquema, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, incluía o assassinato do presidente eleito, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Plano golpista pretendia envenenar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes

Plano de tentativa de golpe de estado foi impresso no Palácio do Planalto – Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE/Reprodução/ND

Plano de envenenamento envolveu 35 militares, incluindo generais e coronéis

A investigação da Polícia Federal encontrou evidências que apontam o envolvimento de 36 militares no plano de envenenamento e em ações que visavam desestabilizar as instituições democráticas. Entre eles estão dez generais, 16 coronéis do Exército e um almirante, com papéis variados no esquema golpista.

O general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-executivo do governo Bolsonaro, está no centro da operação. Documentos encontrados em seu celular, como o plano “Punhal Verde e Amarelo” e uma minuta de gabinete de crise, foram considerados essenciais pela PF.

Em mensagens recuperadas, Fernandes e outros militares criticavam o Alto Comando do Exército por não aderirem à conspiração, afirmando que “o Alto Comando tinha que acabar”. Outros alvos, como o major Rafael de Oliveira, estavam envolvidos em etapas operacionais do plano.

Rafael de Oliveira, por sua vez, mantinha arquivos sobre a “Operação Copa 2022”, que previa a prisão ou execução do ministro Alexandre de Moraes. O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima possuía uma planilha com mais de 200 linhas descrevendo o passo a passo para uma ruptura democrática.

35 militares estão envolvidos em plano golpista

Além dos ‘Kids pretos’, Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes que planejaram o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, outros militares também estão envolvidos – Foto: Reprodução/ND

Os militares foram classificados pela PF em três categorias:

  • Aqueles que dialogavam abertamente sobre o golpe;
  • Os indicados para ocupar cargos no gabinete de crise pós-ruptura;
  • E os membros do chamado “Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência”.

Diálogos entre colegas de farda no celular de Mário Fernandes foram interceptados pela Polícia Federal

A Polícia Federal encontrou conversas no celular do general Mário Fernandes com outros militares. Eles faziam críticas ao Alto Comando do Exército.

Nas conversas, os militares pregavam o fim do Alto Comando da instituição e mostravam a indignação a cúpula do Exército. “Quatro linhas da Constituição é o c…”, dizia uma das mensagens.

Segundo a Polícia Federal, os diálogos mostravam a insatisfação dos militares pela alta cúpula. O motivo seria pelo fato do Alto Comando não ter embarcado no plano para manter Jair Bolsonaro no poder.

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