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Meio ambiente, tecnologia e saúde: Conheça os pesquisadores da UFG na lista de mais influentes do mundo, segundo Universidade de Stanford


Resultados consideram desempenho dos cientistas em 22 campos e 174 subcampos científicos. Ranking é atualizado anualmente. Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) estão na lista de mais influentes do mundo, segundo Universidade de Stanford
Montagem/g1
Com pesquisas que abrangem meio ambiente, tecnologia, química e saúde, nove pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram incluídos na lista dos mais influentes do mundo, feita pela Universidade de Stanford, na Califórnia. Além disso, o professor aposentado Alejandro Ostermayer Luquetti, que já havia figurado na lista, apareceu novamente no ranking – conheça os pesquisadores abaixo.
“Esse reconhecimento para a UFG é fundamental. Ele demonstra que as pesquisas desenvolvidas aqui, assim como os investimentos feitos no estado, estão refletindo na qualidade da produção científica da universidade. Isso é muito engrandecedor e um reconhecimento extremamente importante”, afirmou a pesquisadora Carolina Horta.
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O levantamento é feito anualmente pelo Centro de Inovação em Meta-Investigação (Metrics) da Universidade de Stanford. Para destacar os nomes, são aplicadas métricas que avaliam o impacto da ciência desenvolvida por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, identificando os mais influentes globalmente.
Os resultados consideram desempenho dos cientistas em 22 campos e 174 subcampos científicos, com base em informações da plataforma Scopus.
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Única mulher da UFG a figurar na lista, Carolina Horta chamou a atenção para a representatividade feminina na ciência. “Ser a única mulher da UFG na lista causa até estranheza. Temos, sim, muitas outras mulheres que são excelentes pesquisadoras e experts em suas áreas, mas não apareceram no ranking por diversos motivos. Isso não significa que não haja outras pesquisadoras de destaque aqui. Fiquei surpresa com o resultado”, afirmou.
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Saiba quem são os pesquisadores da UFG na lista de mais influentes:
Alejandro Luquetti – Medicina
Alejandro Luquetti Ostermayer, professor emérito da Universidade Federal de Goiás (UFG)
Divulgação/UFG
Professor aposentado da UFG, Alejandro Luquetti é graduado em medicina pela Universidad de La República Oriental del Uruguay. Com experiência em imunodeficiências no Reino Unido, Luquetti chegou a Goiânia em 1975, onde dedicou sua carreira à pesquisa da Doença de Chagas, um dos principais desafios de saúde pública da época.
No Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, atuou no laboratório de fisiologia e imunologia de agentes causadores de chagas e leishmanioses, e segue contribuindo como editor emérito da Revista de Patologia Tropical, além de colaborar com o arquivo de dados sobre Doença de Chagas no Hospital das Clínicas da UFG.
Luquetti já figurava em rankings anteriores e continua representando o Brasil entre os cientistas mais influentes.
Bruno Junior Neves – Química
Bruno Junior Neves, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG)
Arquivo pessoal/Bruno Junior Neves
Bruno Junior Neves é formado em farmácia pela Faculdade Montes Belos, com mestrado em Ciências Farmacêuticas e doutorado em Medicina Tropical e Saúde Pública, ambos pela UFG. O pesquisador ainda fez pós-doutorado em bioinformática na mesma universidade.
Ao g1, o pesquisador afirmou que sua pesquisa tem foco no uso de inteligência artificial para a descoberta de fármacos e na toxicologia computacional. “Trabalho no desenvolvimento de ferramentas que permitem prever o potencial terapêutico e toxicológico de substâncias químicas, oferecendo subsídios para uma pesquisa mais rápida, segura e ética”, afirmou.
Suas pesquisas, de acordo com a plataforma Lattes, focam em química medicinal, toxicologia computacional e quimioinformática, com ênfase no desenvolvimento de fármacos para doenças tropicais negligenciadas.
O pesquisador também lidera projetos que utilizam inteligência artificial baseada em redes neurais para identificar os melhores candidatos a fármacos e reduzir falhas no processo de desenvolvimento. Entre os marcos de sua carreira, destacam-se iniciativas voltadas à descoberta de medicamentos contra a leishmaniose e ao desenvolvimento de softwares para prever o potencial de desregulação endócrina e o risco de produtos químicos causarem câncer.
Carlos Estrela – Odontologia
Carlos Estrela, professor da UFG
Arquivo pessoal/Carlos Estrela
Carlos Estrela é graduado em Odontologia pela UFG, com mestrado pela Universidade Federal de Pelotas e doutorado pela Universidade de São Paulo (USP). Ao g1, o pesquisador contou que iniciou sua carreira docente em 1993, na UFG, e, desde 1995, ocupa o cargo de professor titular de Endodontia – especialidade da odontologia dedicada ao diagnóstico, prevenção e tratamento de problemas que afetam a polpa dentária e os tecidos ao redor das raízes dos dentes.
Além de coordenar o Programa de Pós-graduação em Odontologia da UFG, onde orienta alunos de mestrado e doutorado, Estrela também contribui no programa de pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da instituição. Em 2021, o pesquisador também concluiu um MBA em Gestão de Pessoas, com foco em estratégias e liderança.
Carlos Estrela já atuou como professor visitante em instituições renomadas dos Estados Unidos, como o Albert Einstein Medical Center, na Filadélfia, e a University of Texas Health at San Antonio.
Com mais de 400 investigações científicas e 206 capítulos de livros publicados, o pesquisador destaca a importância da colaboração entre o governo, as universidades, as empresas e a sociedade para o avanço da pesquisa de qualidade.
“Senti-me honrado, e, ao mesmo tempo, muito motivado a seguir me dedicando à pesquisa, pois essa conquista não é apenas minha, mas de todos os pesquisadores que trabalham conosco, dos alunos orientados e de toda a nossa equipe de Endodontia. Trata-se de um esforço coletivo, em que cada contribuição faz a diferença, e essa nomeação é, sem dúvida, um reconhecimento a todos que fazem parte desse processo”, destacou Estrela.
Carolina Horta Andrade – Química
Carolina Horta Andrade, professora da UFG
Arquivo pessoal/Murillo Guedes
Professora e pesquisadora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Carolina Horta foi reconhecida pela segunda vez como uma das cientistas mais influentes do mundo em sua área.
Especialista em Química Medicinal e Computacional, Horta lidera projetos voltados para a descoberta de fármacos e que utilizam inteligência artificial para otimizar processos no desenvolvimento de medicamentos.
Com foco no desenvolvimento de candidatos a fármacos para doenças tropicais negligenciadas e viroses emergentes, Carolina Horta é pesquisadora principal do Center for the Research and Advancement of Fragments and Molecular Targets (CRAFT). Ela também coordena o Laboratório de Inovação em Química Medicinal e Biotecnologia (Labimol), parte do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) da UFG.
Em entrevista ao g1, a pesquisadora destacou a importância de promover a igualdade de gênero e a inclusão nas ciências exatas:
“Não quer dizer que aqui a gente não tem outras mulheres que são ótimas pesquisadoras também. É realmente uma questão que faz a gente começar a pensar em toda essa questão de gênero e representatividade feminina. É preciso que as mulheres tenham, de fato mais apoio, rede de apoio em casa, na família, no trabalho”, ressaltou.
Edgardo M. Latrubesse – Geografia
Edgardo Latrubesse, professor da UFG
Arquivo pessoal/Edgardo Latrubesse
Doutor em Geologia, Edgardo Latrubesse se destaca por suas contribuições em geomorfologia, estudos geoambientais e hidroambientais. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (CIAMB) da UFG, ele também foi incluído pela segunda vez no ranking.
Latrubesse é fundador do Laboratório de Geologia e Geografia Física (LABOGEF) e foi um dos idealizadores do Programa de Pesquisas da Bacia Araguaia, uma área prioritária para estudos ambientais e hídricos em Goiás e no Cerrado. Além disso, lidera o Programa de Pesquisa de Grandes Rios do Mundo e Mudanças Ambientais no CIAMB.
O pesquisador coordena uma equipe de pós-graduação que trabalha na área de geomorfologia fluvial aplicada a estudos ambientais. Suas parcerias se estendem por países como China e Argentina. “Atualmente temos dois alunos da UFG com bolsa de doutorado sanduiche no exterior. Um na China, onde mantemos colaboração com a Universidade em Wuhan e outro na Argentina, na UNL-Santa Fe”, afirmou.
“Eu agregaria que além das vaidades que nos oferecem os rankings, o importante é fazer ciência de qualidade contribuindo para o avanço do conhecimento, a formação de novos talentos e aportar nosso grão de areia á humanidade e aos nossos países”, completou.
Jadson Diogo Pereira Bezerra – Biomedicina
Jadson Diogo Pereira Bezerra, professor da UFG
Arquivo pessoal/Jadson Diogo Pereira Bezerra
O pesquisador Jadson Bezerra atua no estudo de fungos, com foco em taxonomia, ecologia e biotecnologia. Sua especialidade é em micologia.
Desde que chegou à UFG, em 2019, Bezerra tem se dedicado ao estudo dos fungos do Cerrado, expandindo o conhecimento sobre a “diversidade oculta” desses organismos e formando novos especialistas na área.
Para Bezerra, o reconhecimento na lista de pesquisadores mais influentes reforça o impacto da UFG na produção de conhecimento científico relevante. O pesquisador destaca a inclusão como um símbolo de responsabilidade para os pesquisadores e acredita que tal visibilidade atrai novos talentos para a Ciência.
“Que tais estudos sejam a confirmação de que os fungos do Cerrado também são estudados na UFG e que daqui eles ‘se espalham por todo o planeta’”, afirmou Jadson Bezerra.
O pesquisador destaca que o investimento em pesquisa científica tem aumentado ao longo do tempo, mas ainda é preciso mostrar à sociedade como a ciência tem impacto e está presente em nossas vidas constantemente.”Temos celulares, medicamentos, computadores… e os fungos? Também os temos sempre conosco. Eles podem trazer vários benefícios, causar doenças em nós e nos outros animais, e são usados na biotecnologia. Por esses motivos, o investimento, sem reservas, na pesquisa científica deve ser prioritário para garantir a nossa soberania e independência”, ressaltou.
José Alexandre Felizola Diniz-Filho – Ciências Biológicas
José Alexandre Felizola Diniz-Filho, professor da UFG
Arquivo pessoal/José Alexandre Felizola Diniz-Filho
José Alexandre Felizola Diniz-Filho é professor no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB-UFG) e atua nas áreas de macroecologia e biologia evolutiva. Seu trabalho se destaca pela aplicação de métodos estatísticos e computacionais para resolver problemas em ecologia, evolução e conservação da biodiversidade.
Ao g1, o pesquisador contou iniciou sua trajetória na UFG há mais de 30 anos, após concluir seu doutorado em outra universidade. Para o pesquisador, o cenário da pesquisa científica era muito diferente, com uma forte concentração no eixo Rio-São Paulo.
Durante a carreira, José Diniz-Filho contribuiu para a consolidação do programa de pós-graduação em Ecologia & Evolução. Além disso, ele liderou a criação de um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade, um dos programas mais prestigiados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
José Diniz-Filho vê o reconhecimento internacional como um reflexo do amadurecimento da UFG como instituição, acompanhando a tendência do Brasil de consolidar centros de pesquisa fora do eixo Rio-São Paulo.
“É importante que as instituições percebam que o investimento em Ciência & Tecnologia, e o reconhecimento das pessoas envolvidas nesse trabalho, realmente são um “indicador” desse amadurecimento e mostram para a sociedade como um todo o papel das instituições em termos de avanço no conhecimento científico”, ressaltou.
Luis Mauricio Bini – Ecologia
Luis Mauricio Bini, professor da UFG
Reprodução/Lattes
Luis Mauricio Bini tem formação em Ecologia, com graduação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), mestrado em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Desde 2004, atua como Editor Associado do periódico Hydrobiologia.
Atualmente, é professor adjunto no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (UFG).
O pesquisador desenvolve pesquisas focadas em ecologia teórica e ecologia de comunidades aquáticas, com ênfase em limnologia, reservatórios, dinâmica populacional de macrófitas aquáticas e ecossistemas de planície de inundação.
Entre seus estudos estão: a dinâmica populacional de Egeria najas no reservatório de Itaipu e o uso de métodos estatísticos multivariados e geoestatísticos para a análise de ecossistemas aquáticos.
Weimar S. Barroso – Medicina
Weimar S. Barroso, professor da UFG
Arquivo pessoal/Weimar S. Barroso
Weimar Barroso é cardiologista, professor associado de cardiologia da Faculdade de Medicina da UFG e coordenador da Unidade de Hipertensão Arterial da instituição. O pesquisador também ocupa o cargo de vice-coordenador da pós-graduação em Ciências da Saúde da UFG.
Graduado em Medicina pela UFG, Weimar Barroso tem uma carreira dedicada à pesquisa clínica, especialmente em envelhecimento vascular, hipertensão arterial e saúde cerebral.
Ao longo de sua trajetória acadêmica, Barroso concluiu o mestrado por meio do convênio entre a UFG e a UNB, e, em 2009, obteve o grau de doutorado. Sua experiência internacional incluiu um pós-doutorado no Hospital Clinic da Universidade de Barcelona.
Ao g1, Weimar Barroso afirmou que, junto aos estudantes mestrado e doutorado, a média é de 17 publicações anuais em revistas científicas de alto impacto sobre envelhecimento vascular, hipertensão arterial e saúde cerebral.
“Tenho muito receio da vaidade, que tantas vezes nos cega e tira o foco. Nesse sentido, vejo o reconhecimento como consequência de longos anos dedicados ao ensino e a pesquisa. Mas essa página eu já virei, tenho muito trabalho pela frente e muitos propósitos a cumprir”, destacou.
Wendell K.T. Coltro – Química
Wendell K.T. Coltro, professor da UFG
Reprodução/Lattes
O pesquisador é bacharel em química pela Universidade Estadual de Maringá e possui mestrado e doutorado em Ciências, com ênfase em Química Analítica, pela Universidade de São Paulo.
Durante seu doutorado, realizou estágio na University of Kansas (2006) e, posteriormente, estágio de pós-doutorado na USP.
O foco de atuação do pesquisador inclui instrumentação analítica, microfabricação, microfluídica, eletroforese, detecção eletroquímica e sensores químicos. Seu trabalho está centrado no desenvolvimento de microssistemas eletroforéticos, dispositivos microfluídicos de baixo custo, sensores eletroquímicos e plataformas de microfluídica digital, com aplicações em análises químicas, bioanálises e investigações forenses.
Nos últimos anos, tem se dedicado ao uso da impressão 3D na fabricação de ferramentas analíticas e microfluídicas, incluindo células eletroanalíticas, sensores eletroquímicos e sensores vestíveis.
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