Suspeito foi preso, nesta terça-feira (19), em Itabuna, no sul do estado. Lucas Santos de Oliveira foi assassinado com 15 tiros na cidade de Pau Brasil. Cacique Lucas Kariri-Sapuyá foi morto em emboscada na cidade de Pau Brasil, na BA
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Um homem foi preso, nesta terça-feira (19), em Itabuna, no sul do estado, suspeito de envolvimento na morte do cacique Lucas Santos de Oliveira. O indígena foi assassinado com 15 tiros em 21 de dezembro de 2023, na cidade de Pau Brasil.
Lucas Kariri-Sapuyá, como era conhecido, foi vítima de uma emboscada, segundo as investigações.
De acordo com informações da Polícia Civil, Amatiry Fernandes Santos confessou participação no crime e disse que pilotava uma motocicleta no momento do ocorrido. Ele afirmou que a motivação seria conflito de disputa pelo controle de terras dentro da aldeia indígena Caramuru e Lucas estaria interferindo na situação.
Amatiry ainda acusou outro indígena como o executor dos disparos. O g1 entrou em contato com a Polícia Civil para obter mais informações e aguarda retorno.
Em outubro deste ano, cinco suspeitos de integrar uma facção criminosa foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), por envolvimento na morte de Lucas Oliveira.
Os denunciados são: Amatiry Fernandes Santos, preso nesta terça-feira (19), Emerson Farias Fernandes, Michael Cardoso de Oliveira, Sandoval Barros dos Santos e Fábio Santos Possidônio, para os quais foi decretada prisão preventiva, a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco/MP-BA). Emerson está foragido e os outros estão detidos.
O caso foi investigado pela Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF), da Polícia Civil, que concluiu que o homicídio foi planejado e executado pelo grupo.
Lucas se deslocava da cidade para a Aldeia Indígena Caramuru, quando foi interceptado por dois criminosos em uma estrada vicinal e assassinado pelas costas.
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Para a polícia, o crime foi ordenado de dentro do Presídio de Itabuna por Fábio Possidônio e cometido em represália ao cacique Lucas, que teria colaborado com a polícia denunciando o crime organizado e o narcotráfico na região do Território Caramuru Catarina Paraguaçu.
Além disso, uma disputa pelo cargo de diretor do Colégio Estadual Gerson de Souza Melo Pataxó contribuiu para que Lucas fosse considerado desafeto dos traficantes. A liderança indígena foi contrária ao resultado da eleição para direção da unidade escolar, em razão de supostas irregularidades no processo quanto às tradições indígenas, o que teria feito com que, por vingança, ele fosse apontado como o delator do tráfico à polícia.
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Lucas Kariri-Sapuyá atuava na defesa dos direitos indígenas e era líder comunitário. Ele exercia as funções de cacique do Povo Pataxó Hã Hã Hãe e era coordenador regional do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas do Estado da Bahia (Mupoiba), além de conselheiro estadual de Direitos do Povos Indígenas da Bahia (Copiba), presidente do Diretório Municipal do Partido Rede Sustentabilidade e agente comunitário de saúde indígena.
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