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Militares que planejaram morte de Lula e Moraes previam criar ‘gabinete de crise’ com generais Braga Netto e Heleno no comando


Investigadores encontraram com militar preso nesta terça documento para criar “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”. Ao todo, 11 militares integrariam o grupo. Braga Netto
Marcos Corrêa/PR
Os militares presos em operação da Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (19), planejavam criar um “gabinete de crise” como resposta às morte de Lula, à época presidente eleito do Brasil, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O plano previa um golpe no dia 15 de dezembro de 2022.
Investigação da PF aponta que os golpistas previam colocar os generais Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL), como comandantes deste grupo de crise.
“O documento também coloca a necessidade de constituir um gabinete de crise para restabelecer a ‘legalidade e estabilidade institucional'”, diz trecho de documento do Supremo Tribunal Federal sobre o caso, ao qual o blog teve acesso.
O plano previa envenenar Lula e Moraes e, em seguida, instituir o “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”. Havia, inclusive, uma minuta pronta para a sua criação, documento encontrado com o general Mário Fernandes, preso nesta terça.
Além do general Heleno e Braga Netto, a investigação da PF identificou que outros militares em sua formação, entre os quais o general Mário Fernandes e Filipe Martins, à época assessor de Bolsonaro.
Entre as pessoas citadas na minuta, segundo a investigação, estão:
André de Souza Costa, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, que atuou como Secretário Especial de Comunicação Social (SECOM), vinculada ao Ministério das Comunicações;
Anderson Vilela, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Secretário Especial Adjunto da SECOM;
Hidenobu Yatabe, coronel reformado do Exército Brasileiro que foi Chefe de Assessoria da Presidência da Empresa brasileira de Comunicação (EBC);
Flávio Botelho Peregrino, assessor especial de comunicação social, apontado em fontes abertas como braço direito do general Braga Netto em junho de 2022;
Darlan Sena Messias Larsssen, tenente-coronel que atuou como assessor de comunicação da Casa Civil e do GSI;
Nelson Lacava Filho, promotor de justiça militar do Ministério Público Militar;
Adriano de Souza Azevedo, que atuou como assessor de planejamento e assuntos estratégicos da secretaria executiva do GSI (apontado como homem próximo ao General Heleno);
Reginaldo Vieira de Abreu, de apelido “Velame”, então chefe de gabinete de Mario Fernandes; e
“Cel Kormann”, que seria o coronel Jorge Luiz Kormann.
Alem de Fernandes, quatro pessoas foram presas nesta terça com autorização do Supremo Tribunal Federal:
quatro militares do Exército ligados às forças especiais, os chamados “kids pretos”: o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira.
um policial federal: Wladimir Matos Soares.
As prisões foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes e já tinham sido cumpridas até as 6h50 desta terça.
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