Aproveitando o G20, encontro das 20 maiores economias do mundo, no Rio de Janeiro, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e a BusinessEurope entregaram uma carta pedindo um acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) que, na visão da CNI, pode subir o comércio do Brasil em cinco vezes.
O documento foi entregue a representantes dos governos do Brasil e Argentina, às autoridades uruguaias que presidem o Mercosul e ao Parlamento Europeu.
Novo acordo Mercosul-UE que pode subir o comércio do Brasil em 5 vezes cobre um quinto da economia global
A carta foi assinada por mais de 79 entidades que incluem indústrias e outros negócios que compõem as duas confederações. Segundo o documento, o novo acordo afetaria 750 milhões de pessoas que vivem nas duas regiões e cobriria um quinto da economia global.
“A importância de nossa parceria econômica é ainda mais destacada pelos níveis significativos de investimentos mútuos em nossas duas regiões (aproximadamente 2,05 trilhões de reais)”, destaca trecho do documento.
De acordo com a CNI, cada R$ 1 bilhão exportado para a UE no ano passado proporcionou a criação de 21 7 mil empregos, R$ 3,2 bilhões em produção e R$ 441,3 milhões em massa salarial. A entidade comparou o resultado ao das vendas nacionais à China, principal parceiro comercial do Brasil, que criaram 15,7 mil empregos, R$ 315,2 milhões em massa salarial e R$ 2,7 bilhões em produção por bilhão de reais exportados no mesmo período.
Para a CNI, os tratados atuais desfavorecem o Brasil. Atualmente, os acordos entre os parceiros comerciais do Brasil permitem um acesso preferencial (com taxa menor) a cerca de 8% das importações mundiais de bens. Se firmado o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, a taxa pode subir para 37%, segundo estima a CNI.
“Instamos a que priorizem a rápida conclusão das negociações do Acordo de Livre Comércio UE-Mercosul, um passo fundamental para preservar nossa competitividade conjunta”, disse a carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a quatro ministros.
Governo da França se posiciona contrário
O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, posicionou-se contrário ao acordo que pode subir o comércio do Brasil em 5 vezes. Ele disse na semana passada que se o texto atual não for mudado o seu país não aceitará o novo acordo. “Recomendo que a posição de um país como a França não seja ignorada”, declarou.