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Polícia Civil investiga caso de ‘falso dentista’ na Grande SP; prejuízo de uma das vítimas chegou a R$ 32 mil

Investigado chegou a ser detido no início do mês, mas, após o registro da ocorrência, foi liberado. Segundo o Crosp, homem não possui registro para exercer a profissão. Falso dentista é investigado pela Polícia Civil em Suzano
Após receber denúncias anônimas, a Polícia Civil investiga Vinicius Nogueira Martins, de 26 anos, por exercício ilegal da profissão.
Nas redes sociais ele se apresentava como dentista e proprietário da Clínica Nogueira. O falso profissional chegou a ser detido no dia 8 de novembro, em Suzano, na Grande São Paulo.
Segundo o boletim de ocorrência, os agentes foram até a clínica no Centro da cidade e encontraram o suspeito preparando instrumentos para atendimento de uma paciente que esperava na recepção.
Outra informação que chama atenção é que no perfil nas redes sociais da Clínica Nogueira o responsável técnico não é Vinicius Martins e sim Bruno Souza. Além disso, o número de registro no Conselho Regional de Odontologia é informado.
Na delegacia, três vítimas foram ouvidas. Todas confirmaram ter recebido atendimentos odontológicos do suspeito em ocasiões anteriores. Uma delas informou ainda que teria um novo atendimento marcado com o suspeito.
Segundo a polícia, o suspeito não quis prestar depoimento e permaneceu calado. Com ele, foram apreendidos um celular e diversos materiais de uso odontológico. “Foi instalado o inquérito para apuração dos fatos de maneira minuciosa. Nós estamos procurando eventuais vítimas. E levantando informações sobre os locais que ele atuou, algumas postagens que ele se identificava como doutor Vinícius e que possuía uma habilitação profissional que de fato não acontecia”, explica o delegado Lourival Noronha.
Após o registro da ocorrência, o suspeito foi liberado.
Prejuízo de mais de R$ 32 mil
O suspeito nas redes sociais se identifica como “doutor” e “proprietário da Clínica Nogueira”, entretanto, o “profissional”, que não possui registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), acumula uma lista de prejuízos que deixou para as vítimas.
Uma delas foi Monique Palermo, que procurou o falso dentista na intenção de fazer um clareamento e foi convencida por ele a colocar lentes de resina. Segundo Monique, Vinicius e o dono do consultório que colocaram as lentes. Ela afirma que tinha momentos que Vinicius não sabia como fazer e o dono do consultório auxiliava.
“Eu não consegui comer com essas lentes, nem passar fio dental. Mudou até a minha arcada dentária porque ficou muito alto. Eu não conseguia comer”, relata.
Após esses problemas, a vítima decidiu retirar o procedimento. Entretanto, Vinicius Nogueira Martins desapareceu. “Quem continuou o atendimento para mim foi o dono do consultório. Na hora da remoção, ele aplicou bastante anestesia, só que eu sentia muita dor, muita dor mesmo, eu me contorcia na cadeira dele. Ele estava removendo o esmalte do meu dente, minha dentina chegou a ficar exposta, machucou minha gengiva também. O procedimento foi tão doloroso que não deu nem tempo de terminar, doeu tanto que fiquei com excesso de resina, fui embora para casa com o dente todo estragado, deformado”, relata.
A vítima conta que, com o falso dentista, gastou R$ 2.180, parcelado em 10 vezes. “Depois, acabei sendo demitida e peguei um empréstimo. Depois, com a terceira dentista, que graças a Deus deu tudo certo, chegou ao valor de R$ 30 mil no total. Eu também tive que dar uma entrada de R$ 3 mil, esse valor de empréstimo acabou virando R$ 8.888, fora o que eu estou pagando para ela por fora”.
“Eu estou trabalhando em dois lugares para tentar cobrir esse prejuízo, 12h por dia. Eu estou exausta. Foi um prejuízo muito grande, acabou com a minha vida”.
O presidente da comissão de ética do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), Roberto Matsuda, explica que procedimentos como o feito por Monique exigem profissionais habilitados. “Se você falar em implantodontia, por exemplo, são atos cirúrgicos. Então, se você não tiver essa capacidade é possível você ter uma série de consequência, inclusive, parestesia, necrose óssea, são coisas bastante graves.”
O que dizem os envolvidos?
Vinicius Nogueira Martins foi procurado pela equipe de produção do Diário TV, mas não se posicionou sobre o caso.
O Crosp informou que “não foi localizada inscrição no Crosp para Vinicius Nogueira Martins.” Outro questionamento feito ao Conselho sobre o caso é o fato de Bruno Souza, que aparece como responsável pela clínica de Vinicius, poder ser responsável pelo consultório de um terceiro. O Crosp respondeu que “o cirurgião-dentista Bruno Souza pode responder por acobertamento de exercício ilegal.”
Já Bruno Souza informou por nota que não tem nenhuma relação com o ramo de atendimento de Vinicius Nogueira. Ele disse que não autorizou que seu registro no Conselho Regional de Odontologia fosse utilizado por Vinicius na rede social de sua clínica. E afirmou ainda que contratou um advogado para que seu nome e registro sejam retirados da biografia da clínica.
Já o outro que dentista, que ajudou Vinicius a colocar as lentes em Monique, afirmou que Monique chegou até ele por conta de uma indicação do namorado dela, que é amigo de Vinicius. Informou ainda que a paciente não fez nenhuma perícia que valide o desgaste nos dentes.
Além disso, ele falou que Monique decidiu fazer a instalação das lentes, mesmo sabendo que ela sofria de sensibilidade e que, após fazer a remoção das lentes, sofreria com a sensibilidade por mais alguns dias. O dentista finalizou dizendo que não tem ligação com as ilegalidades praticadas por Vinicius.
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