Países estrangeiros que enviaram mais profissionais são a China, com 191 jornalistas, seguidos por Japão, com 140, e a Rússia, que conta com 101 pessoas. Imprensa também passa pelo forte esquema de segurança para cobrir o G20
O G20 começa nesta segunda-feira (18) com esquema de segurança reforçado para a imprensa, além das medidas extraordinárias de proteção para os chefes de Estado (veja acima).
Ao todo, 2.353 profissionais de imprensa do mundo todo se credenciaram para a cobertura da Cúpula, sendo 1.529 estrangeiros e 824 brasileiros.
De acordo com a organização do G20, os países estrangeiros que enviaram mais profissionais são a China, com 191 jornalistas, seguidos por Japão, com 140, e a Rússia, que conta com 101 pessoas.
Centro de Mídia da cúpula do G20 no Vivo Rio.
Rafael Nascimento/ g1
Caminho de chegada
A chegada dos jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas acontece a partir de um traslado que parte da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em Botafogo, na Zona Sul da cidade, em direção ao Vivo Rio, onde foi instalado o Centro de Mídia do evento. O trajeto tem 6,1 quilômetros.
Barreira no Aterro do Flamengo na chegada ao G20 na manhã desta segunda-feira (18).
Cristina Boeckel/ g1
O primeiro passo para chegar à região onde o evento é realizado é uma revista. Todos passam por detectores de metais e mostram o conteúdo de bolsas, mochilas e sacolas. O segundo passo é embarcar em ônibus que são autorizados a entrar na área restrita do evento.
Por causa do G20, a cidade do Rio de Janeiro conta com uma série de restrições à circulação. O Aterro do Flamengo está totalmente fechado para a passagem das comitivas.
Tanques na paisagem
Tanque no Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, durante a realização da cúpula do G20
Cristina Boeckel/ g1
Ao longo do caminho, grades e veículos das Forças Armadas, entre eles tanques e caminhões, aparecem diante do cenário da Enseada de Botafogo, um dos mais conhecidos da cidade.
Após passar por uma série de bloqueios, os profissionais de imprensa chegam ao Vivo Rio. Porém, a entrada não é garantida. É preciso passar por mais uma revista, que inclui a verificação das bolsas, que passam por scanners. Itens considerados suspeitos são descartados.
Não é possível entrar llíquidos, incluindo as garrafas de água. Por conta disso, água, café e refrigerante são disponibilizados dentro do evento.
Soldados em passarela no Aterro do Flamengo durante a cúpula do G20.
Cristina Boeckel/ g1
Casa de espetáculos
A escolha do local para instalação do Centro de Mídia não é por acaso. A casa de espetáculos é localizada ao lado do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, onde os líderes e representantes das principais economias do planeta se reúnem.
O acesso ao museu só é autorizado para as autoridades, suas equipes e os profissionais que cuidam da organização e segurança do lugar.
Os jornalistas ficam em diversas mesas que foram instaladas na principal sala de espetáculos. Por meio de uma grande tela é possível acompanhar a chegada dos líderes. Os profissionais ficam concentrados em mesas.
Parte da área de revista na chegada ao centro de mídia do G20.
Rafael Nascimento/ g1
No primeiro dia do G20, alguns profissionais chegaram a reclamar da demora nas revistas.
O jornalista alemão Peter Peiker, da ARD, faz parte de uma equipe de 25 pessoas entre profissionais de TV e rádio e conta que chegou a esperar quase 4 horas para passar pela segurança no domingo (17), mas disse que considerou a rotina mais rápida nesta segunda, primeiro dia do evento. Ele mora no Brasil há 1 ano.
Ele não foi o único a ter problemas com a demora na inspeção. Sebastian Chiaro, cinegrafista da Reuters, também questionou o processo.
“A revista demora muito, são poucas pessoas que fazem o trabalho”, disse.
Varredura
Centro de mídia da cúpula do G20.
Cristina Boeckel/ g1
Para garantir a segurança, o Vivo Rio passou por uma varredura na noite de domingo (17). Agentes da Polícia Federal, com a ajuda de cães farejadores, fizeram uma vistoria no local. A varredura é para identificar explosivos e qualquer tipo de material químico.
Durante o dia, a Polícia Federal também realizou varreduras e inspeções chamadas de QBRN (químicas, biológicas, radiológicas e nucleares) nos hotéis onde estão os chefes de estado, de governo e suas delegações que participam da reunião. Veículos também foram vistoriados pelos agentes.
Ainda assim, o clima é de que o trabalho está caminhando e os problemas enfrentados em um primeiro momento estão sendo resolvidos.
Transmissões
Bastidor de espaço reservado às transmissões de canais de TV durante o G20
Cristina Boeckel/ g1
O centro de imprensa conta com três andares, sendo o segundo com espaço para tirar dúvidas e o terceiro com local para as transmissões da TV. De lá é possível observar a entrada do MAM de longe.
O espaço é concorrido. Cinegrafistas, apresentadores e repórteres ficam lado a lado. A jornalista Miriam Leitão, que participou do Bom Dia Brasil direto do evento, destacou a importância da realização do G20.
“É muito importante estar aqui e o Brasil está aproveitando bem o fato de ser o presidente do G20. Ele fez uma estratégia de negociação, que foi muito interessante, que eu acompanhei nos bastidores. Ele separou os assuntos mais tóxicos dos outros assuntos e estabeleceu uma meta: essa aliança global, e isso vai sair”, disse.
“Para o Rio de Janeiro, o que ele está mostrando é que, além de bonito, ele consegue receber eventos desse tamanho. O poder global está aqui nesse momento”, completou.
Miriam Leitão considera a realização da cúpula do G20 no Brasil importante para consolidar o papel global do país
Rafael Nascimento/ g1
A jornalista Mariana Gross, que se preparava para apresentar o RJ1 do Centro de Mídia, disse que é um privilégio como profissional estar na cobertura de um evento que envolve decisões que impactam todo o planeta.
“Estamos aqui para fazer o morador do Rio entender a importância do evento, o motivo do movimento, dos bloqueios no metrô, na cidade, o porquê de tanto preparo e comoção em torno do encontro. Ele é importantíssimo para o bom andamento do nosso planeta. E todos estão aqui tentando elaborar esse documento. Decisões que saírem daqui afetarão a cidade e o mundo”, disse Mariana.
Mariana Gross na cúpula do G20.
Rafael Nascimento/ g1