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Vegetação que surge após seca extrema no Amazonas preocupa pesquisadores


Novas imagens mostram planejamento e trajeto do homem que detonou explosivos em Brasília
No Amazonas, a seca extrema fez surgir uma paisagem diferente. Segundo os especialistas, apesar da aparência de solo fértil, a vegetação pode causar impactos negativos na natureza.
Esta é a marca que a seca histórica que atinge o Amazonas está deixando.
Em Manaus, o Rio Negro secou em várias regiões e deu lugar a essa vegetação que não é comum, mesmo em períodos de estiagem.
Toda essa área coberta pela vegetação era de solo seco e rachado. Essa paisagem nova se tornou frequente nos últimos dois anos por causa da seca extrema. Segundo especialistas, isso é um sinal de alerta da natureza.
Este biólogo explica que a vegetação, chamada de canarana, pode afetar diretamente o ecossistema da região, com a volta da cheia dos rios, prevista para começar nos próximos dias.
” A gente tem aqui uma consequência direta do aquecimento global. À medida que o rio vai enchendo e ela vai se soltando, ela cria um bloqueio, ela cria um bloqueio e esse bloqueio vai acabar diminuindo a incidência solar das algas que oxigenam a água dos rios. Isso gera uma consequência de diminuição da oxigenação dos rios. Até mesmo essa vegetação que vai entrar em processo de decomposição, ela contribui para que a oxigenação dos rios diminua cada vez mais, deixando cada mais ácido e consequentemente trazendo impactos extremamente negativos”, explica o biólogo André Menezes.
Miguel tem 73 anos. Há mais de 30, é dono deste flutuante, onde serve refeições e dispõe de um espaço para os clientes nadarem no rio na época das cheias. Por causa dessa vegetação, o negócio, que sempre funciona a partir de janeiro, vai ser adiado.
“Vou começar a trabalhar aqui só em março/abril, porque essa água fica toda presa. Só pode usar essa água, o pessoal não vai tomar banho, essa água está podre. Tem dia que está fedendo essa água”, diz o homem.
Amazonas ainda continua enfrentando consequências de seca histórica
Imagem: Reprodução/TV Globo
O Amazonas enfrenta a pior seca da sua história, com todos os 62 municípios em situação de emergência e mais de 800 mil pessoas afetadas.
Na região do Alto Solimões, só agora, depois de três meses, as embarcações voltaram a atracar nos portos.
“Nós conseguimos chegar agora em Tonantins, porque antes o porto estava interditado, como também chegamos até Tabatinga, porque também o porto estava interditado, não tínhamos condições de descarregar. Mas com essa subida do rio já conseguimos chegar e descarregar, no DNIT de Tabatinga”, comenta Calixto Medina, comandante do Barco GM. Oliveira.
Em Manaus, o Rio Negro ainda oscila entre subida e descida do nível, mas deve se estabilizar e voltar a subir definitivamente nos próximos dias. Segundo esta pesquisadora, já há sinais de que a seca extrema está no fim.
“Pelos prognósticos climáticos, vamos ter o retorno do período chuvoso de forma mais regular agora na segunda semana de novembro. E para recuperar os níveis, para sair dessa cota de seca, provavelmente só em dezembro”, explica Jussara Cury, pesquisadora de ciências do Serviço Geológico do Brasil e superintendente Regional.
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