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Diabéticos comemoram avanços da tecnologia no dia mundial da doença; entenda


Dia Mundial da Diabetes é celebrado nesta quinta-feira (14). Novas formas de tratamento auxiliam a vida da população com a doença. Alexandre usa bomba para infusão de insulina (à esq.) e Heloísa usa medidor de glicose (à dir.)
Arquivo Pessoal
O avanço da tecnologia proporcionou um tratamento da diabetes mais eficaz e personalizado, melhorando a qualidade de vida de milhões de brasileiros. No dia mundial da doença, celebrado nesta quinta-feira (14), o g1 reuniu os principais mecanismos que fazem a diferença na rotina de diabéticos da Baixada Santista, no litoral de São Paulo.
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“Não tenho dúvida que a tecnologia está revolucionando o tratamento”, afirmou o médico especialista em Endocrinologia e Clínica Médica, Rodrigo Nunes Lamohnier.
De acordo com ele, os últimos 20 anos foram muito importantes para o desenvolvimento de novas tecnologias que facilitaram a rotina de quem convive com a doença crônica que, apesar de comum entre os brasileiros, pode ser perigosa.
O que é diabetes? 🤔
Caracterizado pela falta de insulina ou deficiência na ação, a diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no organismo.
Afinal, o que é insulina?
É um hormônio produzido pelo pâncreas que tem como função controlar os níveis de açúcar do corpo.
Tipos de diabetes:1️⃣e2️⃣
De acordo com o especialista, existem dois tipos de diabetes que exigem tratamentos completamente distintos, são eles:
No tipo 1, o próprio sistema imunológico da pessoa ataca e destrói as células produtoras de insulina. Por isso, o tratamento é com infusão de insulina de maneira externa.
O tipo 2 é caracterizado por resistência à insulina e deficiência parcial de secreção do hormônio pelas células pancreáticas. Desta forma, 90% dos casos são associados à obesidade e ao envelhecimento, sendo tratado com medicamentos que nem sempre usam insulina.
Tratamento
Ao g1, o médico Rodrigo Nunes listou os principais mecanismos de tratamento frutos da tecnologia que deixam as vidas dos diabéticos mais leves:
Tipo 1:
Monitoramento contínuo de glicose, por meio de medidores automáticos de glicose;
Liberação automatizada de insulina, por meio de bombas de infusão de insulina.
Tipo 2:
Análogos de glucagon (GLP-1), hormônios usados em medicamentos como ozempic para perda de peso;
⁠Inibidores de SGLT2, medicamentos que ajudam a reduzir os níveis de glicemia e diminuir o peso corporal e a hipertensão.
De acordo com o médico, o custo das novas maneiras de tratamento da diabetes tipo 1 é o principal problema atualmente, pois apenas uma parcela dos pacientes consegue ter acesso.
Apesar disso, a perspectiva de futuro é positiva. “Acredito que podem vir mais revoluções, aumentando as opções de sensores com menor custo e mais acesso à população”, disse o médico.
Segundo ele, à medida em que o uso das novas tecnologias cresce, o custo deles cai, tornando-se mais acessível aos pacientes. “É o caminho natural”, finalizou.
Bomba de insulina
Alexandre enfatiza importância de bomba de infusão de insulina para desenvolvimento no triathlon
Arquivo Pessoal
O coordenador de logística Alexandre Paiva Vieira dos Santos, de 34 anos, acompanhou com a própria experiência o avanço tecnológico no tratamento do diabetes tipo 1, que descobriu aos 19 anos.
O morador de Santos passou a usar a bomba dois anos após o diagnóstico, uma vez que tinha um problema com o antigo método de aplicar insulina: as canetas.
Como ele mesmo usava uma insulina de ação rápida (para infusão após as refeições) e outra lenta (dose alta uma vez ao dia), confundiu o momento de aplicação enquanto estava na faculdade.
“Sem perceber, eu troquei as insulinas e coloquei muita quantidade de insulina rápida, o que fez eu ter uma hipoglicemia severa, inclusive parando no hospital”, relembrou o homem, que adotou o aparelho em 2011.
Ele acompanhou o desenvolvimento do equipamento durante os 13 anos com a bomba. “Tiveram evoluções da própria bomba de insulina que me permitiram outros recursos e outros tipos de liberdade”, afirmou.
Atualmente, ele usa uma bomba que também monitora a glicose, facilitando assim o controle dela. Segundo Alexandre, o equipamento foi essencial para que pudesse se desenvolver no triathlon, modalidade em que bateu recordes e ganhou competições dentro e fora do Brasil.
Para o santista, o esporte foi uma maneira de mostrar para os pais que a diabetes não causa impedimentos.
“Fazer com que eles acreditassem que o diabetes tinha mudado minha vida e para melhor, com uma rotina mais saudável”, disse ele. “Isso me fez acreditar que o triathlon era um caminho, porque desde 2017 venho somando alguns títulos”, finalizou.
Medidor de glicemia automático
Heloísa descobriu diabetes após perder peso ainda na infância
Arquivo Pessoal
Moradora de Itanhaém, Heloísa Leite, de 15 anos, descobriu ser portadora de diabetes tipo 1 há seis anos, quando começou a perder peso e sentir muita fome e sede.
Segundo a jovem, o principal desafio foi entender como seria o tratamento a partir do diagnóstico, pois ela e os pais acreditavam que seria necessário restringir totalmente a alimentação. “Foi difícil porque eu seguia uma dieta sem doce, só com comida integral”, disse ela.
No entanto, tudo mudou quando ela teve contato com a Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), que apresentou o ‘universo’ que abrange a doença. “As médicas explicaram para a gente que era vida normal. Eu tinha que ter controle da quantidade de ‘besteiras’ que como, mas igual [a] qualquer pessoa”, afirmou.
Na associação, a jovem ainda conheceu uma tecnologia que, mais tarde, mudou a vida dela: o medidor de glicose automático. O dispositivo permite que o usuário faça a leitura da glicose atual ao passar o leitor sobre o sensor, fornecendo também um quadro das variações da glicose.
Antes, Heloísa furava o dedo diversas vezes ao dia para coletar sangue e medir a glicose com as fitas. Dois anos depois, ela passou a usar o medidor automático, que fica acoplado 24h no braço para monitorar a glicemia.
“Fiquei muito mais tranquila porque é mais fácil de medir a glicemia, fora o conforto de não precisar furar o dedo toda hora”, afirmou a jovem, que ganhou agilidade para tarefas do dia a dia. “Antes tinha que estar um lugar para apoiar o aparelho e limpar a mão [para furar o dedo]”, exemplificou.
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