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Misterioso colar de diamantes é arrematado por US$ 4,8 milhões em leilão na Suíça

Mulher usa o colar de diamantes do século XVIII durante coletiva de imprensa da casa de leilões Sotheby’s, em 7 de novembro de 2024FABRICE COFFRINI

Fabrice COFFRINI

Um colar misterioso do século XVIII com quase 500 diamantes de 300 quilates, possivelmente relacionado com um escândalo que contribuiu para a queda de Maria Antonieta, foi vendido nesta quarta-feira (13) por US$ 4,8 milhões (cerca de R$ 27 milhões).

Estimava-se que a joia, que sobreviveu intacta por “milagre” por mais de dois séculos, segundo Andres White Correal, chefe do departamento de joalheria da Sotheby’s Europe, alcançaria um preço de entre 1,8 e 2,8 milhões de dólares (R$ 10,3 e 16,1 milhões).

Após um pregão animado em Genebra, o colar alcançou o valor de 3,55 milhões de francos suíços (R$ 23,18 milhões), elevando o total — após impostos e comissões — para 4,26 milhões de francos suíços (R$ 27,8 milhões).

Além de ser uma peça excepcional, acredita-se que alguns de seus diamantes procedem da joia que protagonizou o “assunto do colar”, um complô para roubar uma peça luxuosa no qual esteve envolvida Maria Antonieta.

Este escândalo ocorrido na década de 1780 contribuiu para minar a reputação da última rainha da França, embora ela fosse inocente, e impulsionou o apoio à Revolução Francesa que estava por vir.

“Esta antiga joia espetacular é uma incrível sobrevivente da história”, declarou a Sotheby’s em comunicado prévio ao pregão.

O colar, formado por três fileiras de diamantes, termina em duas borlas impressionantes.

A elaboração destaca a transparência das pedras preciosas e confere grande flexibilidade a esta peça “rara e muito importante” da época georgiana, segundo a casa de leilões.

“A joia passou de família em família. Podemos começar no início do século XX, quando fazia parte da coleção dos marqueses de Anglesey”, explicou White Correal à AFP.

Diz-se que os membros desta família aristocrática exibiram a joia em público duas vezes: uma na coroação do rei George VI da Inglaterra em 1937, e outra na de sua filha, a rainha Elizabeth II, em 1953.

Para além disso, pouco se sabe do colar, do joalheiro que a desenhou e do cliente original.

Contudo, a opulência da peça estava inevitavelmente reservada a famílias reais, da alta nobreza ou as mais endinheiradas.

“É uma obra-prima da época georgiana e uma lição magistral de design, artesanato e inovação técnica para a época”, escreveu White Correal.

“Hoje em dia continua sendo tão relevante, sedutora e atrativa como quando foi criada há mais de 200 anos”, acrescentou.

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