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Delator do PCC: polícia suspeita de “olheiro” da facção em voo do empresário para SP

Vinicius Gritzbach em entrevista ao Domingo EspetacularReprodução/TV Record

A execução de Vinícius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira (8), motivou que a polícia investigue a lista de passageiros do voo que trouxe Gritzbach de Maceió para São Paulo. A informação é do portal “g1”.

De acordo com as investigações, existe a suspeita de que um “olheiro” do PCC estivesse a bordo do voo, monitorando os passos do delator tanto na capital alagoana quanto durante o trajeto de volta ao estado paulista.

A hipótese de um membro da facção criminosa ter embarcado no voo com a missão de observar Gritzbach é uma das mais fortes, de acordo com fontes da investigação. A presença dessa pessoa no avião poderia ter sido estratégica, permitindo que o PCC acompanhasse de perto os passos do delator, incluindo a sua chegada ao Aeroporto de Guarulhos e, particularmente, o momento exato em que ele deixou o Terminal 2, onde foi executado com 10 tiros. Para os investigadores, a execução parece ter sido planejada com meticulosidade, e a análise da lista de passageiros do voo se tornou uma prioridade na apuração.

Além da investigação do voo, as autoridades também buscam esclarecer outros detalhes sobre os últimos passos de Gritzbach em Maceió. A polícia alagoana foi envolvida na investigação, com equipes de inteligência refazendo os trajetos percorridos pelo delator, investigando os locais que ele visitou e as pessoas com quem teve contato.

As investigações incluem também a análise de imagens de câmeras de segurança, gravações de trânsito e registros de hotéis. A força-tarefa tem uma extensa lista de solicitações para cooperar com as investigações.

O crime ocorreu por volta das 16h no desembarque do Terminal 2, quando dois homens mascarados desceram de um carro preto e efetuaram os disparos. Até o momento, ninguém foi preso. Na bagagem de Gritzbach, foram encontrados objetos de valor, incluindo joias que somavam mais de R$ 1 milhão. Segundo fontes da polícia, ele estava em Maceió para cobrar uma dívida, o que poderia ter motivado o crime.

Outro ponto que tem gerado desconfiança nas investigações é o papel dos seguranças de Gritzbach. Os quatro policiais militares contratados como segurança particular do delator não estavam com ele no momento do assassinato.

Segundo depoimentos, um dos carros que os buscaria teve um problema na ignição, e o outro teve de fazer uma parada para deixar um ocupante em um posto de gasolina. A versão apresentada, no entanto, não convenceu os investigadores, que estão considerando a possibilidade de falha intencional por parte dos seguranças.

Gritzbach, de 38 anos, estava sob investigação por envolvimento com o PCC e, em março deste ano, havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo.

Em seus depoimentos, ele havia revelado esquemas envolvendo o crime organizado e a corrupção policial, incluindo um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que teria exigido dinheiro para não envolvê-lo em um homicídio ligado à facção. Além disso, Gritzbach forneceu informações que resultaram na prisão de dois policiais civis do Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).

Em resposta ao assassinato, o governo de São Paulo montou uma força-tarefa para investigar o caso. Nesta terça-feira (12), oito policiais militares foram afastados sob suspeita de envolvimento na execução de Gritzbach. Esses PMs já estavam sendo investigados pela Corregedoria da Polícia Militar por prestarem serviços de segurança particular para o delator.

A Polícia Federal também abriu um inquérito para apurar o caso. Em entrevista à GloboNews, o promotor do Gaeco, Lincoln Gakiya, que negociou o acordo de delação premiada de Gritzbach, confirmou que o delator se recusou a ingressar no programa de proteção a testemunhas oferecido pelo Ministério Público.

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