Antônio Vinícius Gritzbach era investigado por lavar R$ 30 milhões em esquemas ilegais do PCC e delatou ao Ministério Público esquemas criminosos da facção e de policiais. Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Reprodução/TV Globo
Ex-advogado de Antônio Vinícius Gritzbach, delator da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, Aristides Zacarelli Neto afirmou que foi surpreendido pela decisão de Gritzbach de procurar o Ministério Público para um acordo de delação premiada. A declaração foi feita em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews.
“Houve inicialmente uma primeira tentativa de delação premiada, isso sempre foi externado pelo Vinícius, a vontade dele de exercer esse direito. Essa primeira tentativa foi cancelada e, num segundo momento, ele procurou o Ministério Público e eu não sabia”, detalhou o advogado.
Zacarelli Neto afirmou que a primeira tentativa de acordo foi cancelada porque a informação de que ele faria a delação vazou e o MP recusou sua contribuição.
O advogado ressaltou que deixou de ser advogado com a execução de Gritzbach e que possui um acordo de confidencialidade com o MP e precisa respeitar, sem detalhar o que foi fechado entre seu ex-cliente e os promotores.
Empresário delatou PCC e policiais
Gritzbach, de 38 anos, foi alvejado por 10 tiros, à luz do dia (por volta das 16h), na saída da área de desembarque do Terminal 2, por dois homens que desceram de um carro preto. Até a publicação deste post, os autores estavam foragidos.
O empresário era investigado por envolvimento com o PCC e, em março, havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo com a promessa de entregar esquemas do crime organizado e de policiais.
Nos depoimentos, o empresário acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de exigir dinheiro para não o implicar no assassinato de um integrante da facção (Anselmo Santa, o Cara Preta).
Além disso, Gritzbach forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalharam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Nesta terça-feira (12), a força-tarefa criada pelo governo de São Paulo afastou oito policiais militares investigados por suspeita de envolvimento na execução do delator. Antes do crime, os PMs eram investigados pela Corregedoria da corporação por denúncias de que faziam a segurança particular de Gritzbach.
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