O corpo de Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi enterrado nesta segunda-feira (11) em um cemitério de Guarulhos, na Grande São Paulo. Novais foi morto durante o tiroteio que também resultou na morte de Vinicius Gritzbach, um delator do PCC, no Aeroporto Internacional de São Paulo na última sexta-feira (8).
O motorista de aplicativo foi atingido nas costas por um tiro de fuzil enquanto estava no local do ataque, que tinha como alvo Gritzbach. Ele foi socorrido e levado em estado grave à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu aos ferimentos.
Novais deixa a esposa, Simone, e três filhos: um de 20 anos, outro de 13 anos e um terceiro de apenas 3 anos. Durante o socorro, ele conseguiu enviar um vídeo para sua companheira, informando que havia sido baleado e estava a caminho do hospital. “Depois de receber o vídeo, a mulher ligou de volta para ele, mas já caiu na caixa postal”, relatou Simone.
A esposa de Celso contou que, em seguida, recebeu uma ligação do amigo dele, que estava com Novais na ambulância. “O amigo dele, que estava acompanhando ele na ambulância, me ligou e falou o que tinha acontecido: ‘Teve um tiroteio aqui no aeroporto e eu estou na ambulância. Ele foi baleado e está perdendo muito sangue’. Aí, ele falou ‘estou indo para o hospital geral’ e eu já desliguei e falei que estava indo para lá também. Quando eu cheguei lá, ele já estava em cirurgia. Eu já não vi mais ele vivo. Fiquei com ele o tempo todo na UTI, me deixaram ficar lá, mas aí já não acordou mais”, explicou Simone, visivelmente emocionada.
A esposa ainda revelou que, 45 minutos antes do ataque, ela e Celso haviam se falado e combinado de jantar sushi naquela noite. “A gente tinha combinado de comer sushi naquela noite”, contou.
O ataque contra Gritzbach ocorreu por volta das 16h de sexta-feira, quando ele foi alvejado enquanto saía da área de desembarque do Terminal 2 do aeroporto. Dois homens, que haviam descido de um carro preto, dispararam 10 tiros contra a vítima, conforme o registro da Polícia Civil.
A investigação
Em relação à investigação, a polícia apreendeu no sábado (9) duas armas próximas ao local onde o carro foi abandonado, a cerca de 7 km do aeroporto, ainda em Guarulhos. Entre os itens apreendidos estavam um fuzil e uma pistola. No entanto, até o momento da publicação desta reportagem, não havia confirmação pericial de que as armas foram utilizadas no crime.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) identificou, nesta segunda-feira (11), as delegacias onde possivelmente estão lotados os policiais envolvidos no assassinato do empresário Antonio Vinicius Gritzbach , ocorrido no aeroporto de Guarulhos . A informação foi passada por fontes do MP-SP à CNN Brasil.
As investigações apontam que os suspeitos estariam lotados em duas delegacias da zona leste de São Paulo, no bairro do Tatuapé, além de duas unidades especializadas: o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com fontes do MP, Gritzbach, em sua colaboração com as autoridades, teria detalhado ações específicas dessas delegacias que atuaram em favor do PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa com forte presença em São Paulo.
Para avançar na apuração do caso, o MPSP iniciou, nesta segunda-feira (11), uma força-tarefa que envolve a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a Corregedoria da Polícia e órgãos de inteligência do estado. O objetivo é identificar os policiais suspeitos de envolvimento não apenas no assassinato de Gritzbach, mas também de suas conexões com o PCC.