A tentativa de fortalecer o mercado energético brasileiro mira, agora, uma nova área de exploração petroleira no Brasil. A Bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul, vendida em 2023 a um grupo de gigantes do setor, poderá produzir até 15 bilhões de barris, conforme estimativa feita por especialistas.
Em outubro de 2024, a Petrobras— que detém 29 contratos de concessão da área — assinou três parcerias para concessão da Bacia de Pelotas. O consórcio tem a Petrobras como operadora, com 50% de participação, em parceria com a Shell (30%) e a chinesa CNOOC (20%).
Por que a Bacia de Pelotas pode ser tão lucrativa?
Segundo especialistas ouvidos pelo O Globo, as reservas provadas no Brasil somam 15,9 bilhões e barris e a Bacia de Pelotas tem potencial para dobrar esses números.
“Pelotas pode ter uma reserva entre 10 e 15 bilhões de barris. Por isso, vimos uma procura enorme por petroleiras pela região. O Brasil precisa de novas reservas, já que o pré-sal vai atingir o pico em 2030. E o atraso na Margem Equatorial preocupa”, afirmou o geólogo, Pedro Zalan, ao O Globo.
Conforme o periódico, Pelotas ganhou destaque por ter formação geográfica similar à da Namíbia, na costa da África. A região tem reservas estimadas de até 13 bilhões de barris de petróleo.
Exploração pode demorar 12 anos para começar, diz IBP
Para Zalan, a extensão territorial de Pelotas é favorável à exploração, uma vez que “Pelotas é maior e mais profundo em relação à Namíbia”, afirmou ao periódico.
O presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), Roberto Ardenghi, explica que o processo de produção do petróleo na região pode pode demorar até 12 anos para acontecer.
“A sísmica deve levar de três a quatro anos. Depois, é preciso perfurar um poço para encontrar petróleo. Em seguida, são necessários novos poços para comprovar a viabilidade econômica e a ANP precisa aprovar o plano de desenvolvimento”, detalhou.
A exploração da Bacia de Pelotas foi iniciada em dezembro de 2023, quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) leiloou 29 blocos na região.