De acordo com a presidente da Asprodejas, apenas produtores que irrigaram pés de jabuticaba conseguiram colheita em Sabará (MG). Mesmo com a seca, o maior festival nacional da jabuticaba do Brasil será realizado. Jabuticaba movimenta a economia em Sabará, na Grande BH
Elizabeth Torres/Arquivo pessoal
A falta de chuva por quase seis meses neste ano alterou a floração e, consequentemente, o amadurecimento das jabuticabas em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A cidade sedia o maior festival nacional dedicado à fruta. O evento será realizado nos dias 15, 16 e 17 de novembro. (leia mais abaixo)
“A seca impactou muito e a gente ficou bem preocupada por causa da falta de chuva. Agora, estou na expectativa dos produtores terem a fruta, porque começou a chover. Para os derivados, ficou a carência da fruta e também impactou no aluguel das jabuticabeiras”, disse Elizabeth Antônia Torres Braga, presidente da Associação de Produtores de Derivados da Jabuticaba de Sabará (Asprodejas).
Este “aluguel” mencionado por Elizabeth, é uma das tradições do festival. Famílias inteiras podem gastar até R$ 300 para “limpar” um pé de jabuticaba.
Elizabeth explicou que, para ter a fruta em abundância, é preciso que haja duas floradas: a primeira, entre agosto e setembro, e a segunda, em novembro.
“Atrasou a safra e isso prejudicou muito, tanto na fabricação dos produtos, quanto na marcação da data do festival”, contou.
Ela falou que as geleias e os licores são feitos com a primeira colheita, e, com a segunda, a venda do fruto in natura.
Elizabeth Torres é a presidente da Asprodejas
Elizabeth Torres/Arquivo pessoal
“A questão ambiental está mudando muito. Porém, na zona rural de Sabará, os produtores irrigaram os pés de jabuticaba e isso ajudou um pouco. Conseguimos fazer os produtos por causa dessa irrigação. Quem irrigou conseguiu ter a jabuticaba. Quem não irrigou, não conseguiu”, contou.
De acordo com Elizabeth, outra estratégia usada pelos participantes do festival foi congelar a fruta, para que os derivados pudessem ser fabricados.
“Agora, como começou a chover, a expectativa é de ter fruta para o festival”, espera a produtora.
Jabuticabeiras em casa
🌳 A produtora tem aproximadamente 30 jabuticabeiras no quintal de casa e, conforme ela, durante o festival, a fruta deve estar no ponto de venda.
🌳 Por causa desse atraso, os valores cobrados neste ano ainda não foram definidos.
🌳 Dependendo da escassez, os valores podem ser reajustados.
“Hoje, a jabuticaba está grande e verde. Depois da florada, ela precisa de 40 dias para crescer, amadurecer e ser colhida. Depois de colhida, tem que ser consumida em até dois dias, no máximo, porque ela é perecível”, explicou
Mais de 40 produtos são produzidos com a jabuticaba
Elizabeth Torres/Arquivo pessoal
Tradição secular
Elizabeth contou que o plantio da jabuticaba e a produção dos comes e bebes feitos com a fruta começaram na família há mais de 100 anos – com os bisavós e os avós.
“A minha bisavó já fazia licor e geleia. Essa tradição é centenária, porque eu tenho pés de jabuticaba com mais de 100 anos”.
🍊 Além de manter a tradição secular, ela aumentou a variedade de produtos e, atualmente, fabrica geleias – como a tradicional, a com laranja, a com molho de pimenta e a com limão siciliano.
🍬 Ela também tem mostarda de jabuticaba, ketchup, barbecue, cachaça aromatizada, bombons e pastéis. Ao todo, são mais de 40 produtos feitos com a fruta.
38º Festival da Jabuticaba
O 38º Festival da Jabuticaba de Sabará será nos dias 15, 16 e 17 de novembro. Atualmente, segundo a Prefeitura de Sabará, este é o principal evento que movimenta a economia, superando até mesmo o Carnaval.
A iniciativa também promove arte e cultura com apresentações de bandas.
Festival da Jabuticaba de Sabará é realizado há 38 anos
Elizabeth Torres/Arquivo pessoal
Serviço
38º Festival da Jabuticaba de Sabará
Data: 15, 16 e 17 de novembro de 2024
Local: Centro Histórico de Sabará
Dias e horários: sexta-feira e sábado, das 9h às 23h, e domingo, das 9h às 20h
Entrada: gratuita
Mais informações no site
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