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Sobrevivente de acidente na BR-153 diz que tentou ajudar amiga e está traumatizada: ‘Medo de voltar para casa’


Outros passageiros relataram o que aconteceu minutos antes do ônibus tombar em trecho da rodovia no sul do estado. Quatro pessoas não resistiram e mais de 40 ficaram feridas. Sobreviventes de acidentes de ônibus relatam medo após tragédia na BR-153
Além de quatro mortos, o tombamento de um ônibus de viagem interestadual na BR-153, no sul do estado, deixou mais de 40 pessoas feridas nesta sexta-feira (8). Depois de receberem atendimento médico, passageiros relembram momentos de tensão que antecederam o acidente. Por causa do trauma, uma das vítimas está com medo de voltar para casa de ônibus.
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O veículo tombou por volta da 0h30 desta sexta-feira (8), no km 678 da rodovia, próximo à divisa dos municípios de Cariri e Gurupi. Morreram Luis Carlos da Silva Reis, de 53 anos, Rita Costa Lima, de 68, e uma mulher e uma criança.
Dos feridos, 40 pessoas foram levadas para o Hospital Regional de Gurupi (HRG) e até o fim da tarde, 12 receberam alta e um foi encaminhado para o Hospital Geral de Palmas (HGP). Outras 24 foram para a UPA e até o fim do dia, 22 foram liberadas, segundo a Universidade de Gurupi (Unirg), responsável pela administração da unidade.
A enfermeira Udinésia Vidal sofreu muitos ferimentos no rosto e estava emocionada porque perdeu a melhor amiga no acidente. A vítima viajava com a sobrinha de dois anos, que também morreu. Os nomes das vítimas não foram divulgados.
Enfermeira foi uma das pessoas feridas em acidente na BR-153
TV Anhanguera/Reprodução
“Tentei chamar, chamei o pessoal para ver se dava para puxar, conversar e ela não respondia. Eu não consegui ajudar ela. Eu tentei, mas não consegui ajudar ela”, contou.
Internada na UPA de Gurupi, Udinédia está esperando a filha chegar de Goiânia para acompanhá-la, mas ainda está traumatizada com a situação.
“Eu estou com medo de voltar para casa e ter que ir de ônibus”, disse, aos prantos.
Outros passageiros deram entrada na UPA da cidade, como a professora aposentada Alice de Souza Moreira, que teve ferimentos leves. Ela estava acordada e contou que percebeu movimentos estranhos poucos antes do ônibus tombar.
“Quando eu ouvi o barulho dele esfregando [a carenagem], já vi que tinha tombado e estava esfregando no chão e ficou ‘dançando’. Sei que eu percebi uma freada e depois ele balançou”, contou.
O veículo que saiu as 14h de quinta-feira de Goiânia (GO) com destino a Imperatriz (MA). Chovia levemente na região na hora do acidente. Na delegacia, o motorista também relatou que o ônibus ficou sem controle, tombou para o lado esquerdo da pista e derrapou por cerca de 20 metros. Com dois andares, o ônibus atingiu as barreiras de contenção e derrubou o poste do radar eletrônico de velocidade da rodovia.
Entre os passageiros estava um grupo de religiosos de Goiânia que viajava para um congresso de igreja em Porto Franco, no Maranhão. A dona de casa Cleonice Bandeira, que estava na parte superior do ônibus, sofreu ferimentos leves e disse que tomou um susto na hora do acidente.
“Eu acordei na hora do susto e aí estavam tapete, mala, pessoas tudo em cima de mim, e desmaiei. Depois não vi quando eu saí”, lembrou.
Ônibus sofre acidente na BR-153, em Gurupi
Divulgação/Bombeiros
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Atendimentos
No HRG, foi preciso montar uma escala de plantão extra com médicos e enfermeiros para atender todos os feridos. “Toda equipe para dar esse suporte, até porque é uma demanda de costume da gente atender dentro da unidade. Necessário que os psicólogos, equipe de enfermagem conseguisse atender e tranquilizar essas pessoas que estavam dentro da unidade”, explicou o diretor da unidade, Fernando Mota.
O policial rodoviário federal Joaquim Franco, que atuou na ocorrência, explicou que uma manobra feita pelo motorista causou o tombamento. “Havia um veículo no sentido contrário em rota de colisão e ele, para evitar o acidente realizou uma manobra defensiva, e quando ele fez essa manobra que alterou bruscamente a rota do ônibus, ele não conseguiu sustentar e acabou tombando”, afirmou.
Os bombeiros fizeram o socorro às vítimas e a suspeita é que a maioria dos passageiros estariam sem cinto de segurança, segundo o tenente-coronel Carlos Roberto De Almeida.
Bombeiros e Samu socorrem vítimas de acidente na BR-153
Divulgação/Bombeiros
“O que deu para perceber dos relatos é que a falta do uso do cinto de segurança fez com que houvesse vítimas espalhadas, inclusive vítimas arremessadas para fora do ônibus. Então tínhamos passageiros debaixo do ônibus, debaixo de malas. Então foi um cenário realmente aterrorizante”, destacou.
A empresa JTI Transporte e Turismo informou ao g1 que os itens de segurança do veículo estavam em dias e possui autorização para viajar. Por fim, disse que a seguradora deve entrar em contato com as famílias das vítimas.
Ônibus tomba na rodovia BR-153 e deixa quatro mortos e 40 feridos, em Gurupi.
Divulgação/Bombeiros
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