Aos 30 anos, Luiza Marchiori é considerada a primeira mulher trans do Brasil a competir profissionalmente no skate. A skatista nasceu em Florianópolis, mas cresceu competindo no Sul de SC.
Em uma entrevista, Luiza conta que começou a andar de skate com o vizinho. A dupla fazia obstáculos de madeira, como caixotes, na rua e andava por horas.
Há mais de 15 anos no esporte, Luiza já competiu na Ásia, Europa e África. A skatista é bicampeã brasileira e heptacampeã estadual de Santa Catarina, títulos que ganhou quando ainda competia na categoria masculina.
Em 2022, ficou na oitava colocação no Circuito Brasileiro de Skate, o STU. E, aos poucos, se tornou destaque do skate catarinense e, também nacional.
No ano passado, Luiza começou uma transição hormonal e, conforme relatos que a skatista divulgava nas redes sociais, a intenção não era trocar de categoria no skate.
No entanto, após sentir mudanças físicas, a atleta mudou de categoria e se tornou pioneira, visto que, desde de setembro do ano passado, a Confederação Brasileira de Skateboarding (CBSk) oficializou o uso das mesmas diretrizes e parâmetros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para que atletas transgêneros pudessem participar das competições nas modalidades em que se identificam.
Acusações de assédio contra Luiza Marchiori
Neste ano, Luiza Marchiori se tornou alvo de diversas acusações de violência doméstica e sexual. As vítimas, conforme o escritório Bruna Brigoni e Dalledone Advogados associados, que atua acusação, são de relacionamentos anteriores a transiçao hormonal de Luiza.
Há cinco inquéritos policiais que investigam as denúncias que relatam acontecimentos como agressões e ameaças entre 2017 e 2021.
Defesa de Luiza diz que acusações são ataques transfóbicos
A advogada Larissa Krétzër, que atua na defesa de Luiza Marchiori, negou todas as acusações e disse que a skatista já prestou depoimento em dois inquéritos em andamento.
Ainda, em nota, afirmou que o caso é um “complô para intimidá-la no esporte (…) Desde que Luiza realizou sua transição de gênero e decidiu competir no skate, os ataques começaram. É um caso claro de ataque transfóbico”, finaliza.