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Rapaz é condenado a 37 anos de prisão por matar companheira após mantê-la em cárcere e sob tortura em Piracicaba


Aparecido Valdir Guedes Oriani foi denunciado por feminicídio, cárcere privado e tortura. Ele relatou que cometeu os crimes por ciúmes. Natalia Rodrigues tinha 18 anos
Arquivo pessoal
A Justiça condenou a 37 anos de prisão Aparecido Valdir Guedes Oriani, de 27 anos, por feminicídio, tortura e cárcere privado. Ele foi preso por manter uma jovem de 18 anos em cárcere e sob agressões por seis dias, em Piracicaba (SP), em 2023. Ela morreu após ficar internada.
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Natalia Cristina Rodrigues da Silva foi resgatada em uma chácara localizada no bairro Dini, no distrito de Ártemis, em último dia 8 de março do ano passado. O caso foi atendido pela Guarda Civil Municipal, após a vítima ser ouvida pedindo socorro.
O rapaz foi levado ao Tribunal do Júri sob acusação de feminicídio por motivo torpe, com emprego de tortura e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, e cárcere privado. Como agravante, foi considerado o fato de que a vítima tinha câncer.
Suspeito foi preso pela Guarda Civil Municipal de Piracicaba
Mateus Medeiros
‘Agredida constantemente’
De acordo com a acusação do promotor Aluisio Antonio Maciel Neto, o rapaz assumiu o risco de causar o resultado e sabia que a jovem tinha câncer.
“A gente conseguiu demonstrar que a causa da morte da Natalia foi em decorrência dos ferimentos que ela suportou ao longo dos dias que ela ficou sequestrada, agredida constantemente. Do dia 2 ao dia 8 de março de 2023 ela foi espancada, todos os dias. Isso gerou os ferimentos que evoluíram pro falecimento dela”, detalhou o promotor.
A denúncia descreve que a vítima foi torturada com o uso de um cabo de energia, de um pedaço de madeira e um cinto de couro, sendo atingida nos braços, pernas, costas, nádegas e rosto.
“Se não bastasse, ainda queimou a vítima com cigarros. Tudo de forma vagarosa, com o fim de castigá-la por sua mera desconfiança de traição”, aponta trecho da acusação.
Acusação de estupro retirada
Maciel Neto informou que ainda vai analisar se há razões para solicitar o aumento da pena.
Ele também observou que pediu que não fosse reconhecido o crime de estupro, que inicialmente foi investigado. “Porque o laudo deu negativo e a Natalia, ao ser ouvida antes do falecimento, negou que tivesse mantido relação sexual naqueles dias”, justificou.
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Rapaz aponta ciúmes como motivo
Natalia foi resgatada pelo Corpo dos Bombeiros e o suspeito tentou fugir pelos fundos da chácara, entrando em uma mata, mas foi cercado e se entregou. À época, ele afirmou que a mantinha em cárcere por questões de ciúmes e brigas.
“Ela relatou que apanhava com pedaço de pau, levava socos, apanhava com cinto e o ambiente é bem bagunçado, sujo. Não havia alimentação adequada”, explicou o guarda civil Fernando Bertin, à época.
Também conforme o agente, ele confessou que suspeitava de uma traição e por isso se desentendeu com a companheira. Ainda segundo a corporação, uma outra mulher já possuía medida protetiva contra o suspeito.
Itens localizados pela GCM duante a ocorrência em Piracicaba
Heitor Moreira/ EPTV
Jovem chegou a ter alta, mas não resistiu
A jovem foi socorrida com hematomas, escoriações, queimaduras de cigarro, marcas produzidas por cinta ou fio, confusão mental, lado esquerdo do corpo paralisado e hemorragia cerebral.
Natalia foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (HFCP) e, durante uma cirurgia na unidade, foi constatado que tinha um câncer em estágio 4.
Ela chegou a receber alta. No entanto, o quadro de saúde voltou a se agravar e ela não resistiu.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do suspeito até a última atualização desta reportagem.
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