MP denunciou profissional de saúde por falsidade ideológica. Segundo defesa, absolvição comprova tese de que cardiologista tinha interesse apenas em atender chamado de assistência domiciliar. Lorenza Pinho e o promotor André Luís Garcia de Pinho em foto publicada nas redes sociais
Reprodução/Facebook
O médico Itamar Tadeu Gonçalves Cardoso, responsável pelo atestado de óbito de Lorenza Maria de Pinho, foi absolvido em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) nesta terça-feira (5). A vítima foi assassinada pelo marido, o promotor André Luís Garcia de Pinho, em abril de 2021 (relembre o caso mais abaixo).
O Ministério Público denunciou o profissional de saúde por falsidade ideológica, entendendo que ele inseriu declarações falsas no documento. Segundo Virgínia Afonso, advogada de defesa, a absolvição por unanimidade de forma colegiada comprova a tese de que o cardiologista, acionado para prestar socorro à mulher, tinha interesse apenas de atender ao chamado de assistência domiciliar.
O julgamento do recurso feito pela promotoria confirmou a decisão de primeira instância, que considerou Itamar Cardoso inocente da acusação de “alterar a verdade sobre os fatos”.
Durante uma audiência no ano passado, o médico argumentou que foi acionado pela emergência do Hospital Mater Dei, onde a vítima, com “histórico de abuso de medicamentos e opioides”, era atendida de forma recorrente. Ao chegar ao apartamento do promotor, ele afirmou que a mulher já estava sem pulso e que tentou reanimá-la.
Relembre o caso
Promotor André de Pinho foi denunciado pela morte de sua mulher, Lorenza.
Arquivo g1
Lorenza Maria de Pinho foi morta no dia 2 de abril de 2021, em Belo Horizonte, deixando cinco filhos. O marido dela, o promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho, foi condenado a 22 anos de prisão por feminicídio.
O corpo chegou a ser levado para uma funerária, mas um delegado pediu que fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
O laudo da Polícia Civil apontou que a causa da morte foi constrição mecânica na coluna cervical, na altura do pescoço. O documento também constatou que a vítima sofreu lesão cervical, hemorragia, lesão leve no crânio e que tinha álcool em excesso no sangue.
A denúncia do Ministério Público apontou que André Pinho matou a esposa, porque ela “havia se tornado um peso para ele”. Por causa de problemas com bebidas alcoólicas e remédios, além de uma depressão profunda, a vítima não estaria “cumprindo papel de esposa e mãe” esperado pelo promotor.
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