Omar AL-QATTAA
Na Faixa de Gaza, devastada por mais de um ano de guerra entre Israel e o grupo islamista palestino Hamas, a esperança dos palestinos é que as eleições presidenciais nos Estados Unidos levem ao fim do conflito.
“Estamos por um fio e, como todos os outros povos do mundo, procuramos alguém que possa parar a guerra”, comentou Ayman al Omreiti, de 45 anos.
“Esperamos que o povo americano escolha alguém que possa acabar com o sofrimento do povo palestino”, acrescentou este morador da Cidade de Gaza, no norte da Faixa, sitiada por Israel e acometida por uma catástrofe humanitária.
Ele mantém a esperança de que a vice-presidente democrata Kamala Harris vença seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump.
“O povo palestino está preocupado com uma eventual vitória de Trump”, diz ele, destacando que a candidata democrata “pediu várias vezes o fim da guerra”.
Mas para outro palestino de Gaza, Hani Ajur, o mais importante é que o vencedor, “seja Trump ou Harris, acabe com esta guerra e traga paz para a região”.
Em Israel, as últimas pesquisas apontam que a maioria da população prefere uma vitória de Trump.
Mas o fotógrafo Andy Alpern, de 57 anos, disse preferir Kamala. “Trump poderia nos dar mais liberdade de ação”, mas “não acho que valha a pena”, afirmou o homem, residente nas Colinas de Golã sírias, anexadas por Israel.
No entanto, ele espera que os Estados Unidos continuem a apoiar Israel para “livrar o Líbano do Hezbollah e Gaza do Hamas”, duas “organizações malignas”.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.206 mortos, civis em sua maioria, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva no território palestino que causou pelo menos 43.391 mortes, na maioria também civis, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis.