Na Bolívia, apoiadores do ex-presidente Evo Morales invadiram o Regimento “Cacique Juan Maraza” e uma base naval,resultando em militares e funcionários de saúde feitos reféns.
Os invasores utilizaram bastões de madeira e, segundo vídeos divulgados nas redes sociais, ao menos 10 militares foram cercados por camponeses armados com bastões pontiagudos.
Ainda segundo informações da agência estatal de notícias da Bolívia, os invasores cortaram o fornecimento de água e luz do regimento.
Em um dos vídeos, um militar aparece pedindo o fim da intervenção nos bloqueios organizados pelos apoiadores de Morales, dirigindo-se ao seu superior.
“A vida de todos os meus instrutores e dos meus soldados está em perigo (…) por favor, meu general, solicito que considere. Estamos pais, filhos, irmãos, famílias inteiras aqui”, desabafou o militar.
Em resposta aos acontecimentos, o governo boliviano confirmou à CNN que os militares ainda não foram liberados e que houve a apreensão de armamento e munição.
Em nota oficial, as Forças Armadas bolivianas pediram aos invasores que deixassem “as dependências dos quartéis de maneira imediata e pacífica”, ressaltando que “o pessoal que está retido em qualidade de reféns são filhos do povo que estão cumprindo seu sagrado dever de se preparar para a defesa da pátria”.
Motivo das invasões
A imprensa boliviana informou que as invasões e bloqueios se intensificaram após o governo do presidente Luis Arce realizar operações para interromper as manifestações, que já duram três semanas.
Os bloqueios nas estradas são liderados por apoiadores de Evo, que enfrentam a possibilidade de prisão do ex-presidente, acusado de manter relações sexuais com uma menor de idade. Morales se recusou a depor e acusa Arce, seu ex-aliado, de perseguição política.
Em um vídeo publicado recentemente, Morales aparece denunciando um atentado a tiros contra ele, acusando o governo de Arce de tentar assassiná-lo.
O governo boliviano, por sua vez, alega que Morales furou um bloqueio policial e fez disparos contra agentes.
Diante da escalada dos conflitos, o ministro da Defesa, Edmundo Novillo, declarou que “a paciência tem limite” e que o governo tomará ações institucionais para garantir “a livre circulação” no país.