Número ainda é menor do que o registrado durante outubro de 2023, mas fica na segunda posição da série histórica do Inpe. Com mais de 2,5 mil queimadas, Amazonas tem o 2º pior outubro em 26 anos.
Divulgação/Ibama
O Amazonas registrou 2,5 mil queimadas em outubro deste ano e, com isso, o mês já é considerado o segundo pior desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a série histórica. Até o momento, o recorde para o mês foi registrado em outubro de 2023. Na ocasião, o estado registrou 3.858 incêndios.
Com isso, o estado soma mais de 24 mil queimadas só em 2024 e, com isso, o ano também já é considerado o pior da série histórica.
O Amazonas está em estado de emergência ambiental por conta das queimadas. O problema começou em julho e chegou ao seu ápice nos meses de agosto e setembro, quando uma onda de fumaça atingiu todas as 62 cidades amazonenses. Na época, uma mancha de fogo com cerca de 500 de extensão também chegou a cobrir o estado. A qualidade do ar foi considera ruim ou péssima.
Segundo o Inpe, de 1º a 31 de outubro deste ano, foram 2.557 focos de calor no estado.
Só em 2024, este é o quarto pior mês seguido de queimadas em todo o estado. Só os meses de julho, agosto e setembro, concentram mais de 21 mil focos de calor se somados.
Focos de calor no último quadrimestre:
Julho: 4.241 focos de calor (o pior dos últimos 26 anos);
Agosto: 10.328 focos de calor (o pior dos últimos 26 anos);
Setembro: 6.879 focos de calor (o 3º pior dos últimos 26 anos).
Apesar do alto índice de queimadas no estado em outubro, nenhum município do Amazonas entrou na lista das cidades que mais a floresta durante o período. O levantamento aponta que o ranking foi liderado por Poconé, no Mato Grosso, e conta ainda com cidades do Pará, Mato Grosso do Sul e Acre.
Seca severa atinge o estado
Seca mudou o visual de área portuária no Centro de Manaus
Willian Duarte/ Rede Amazônica
O Amazonas também está enfrentando uma seca severa, o que ajuda a piorar o cenário de queimadas, devido a combinação do clima seco e das altas temperaturas. Até esta terça-feira (24), segundo a Defesa Civil do estado, mais de 800 mil pessoas em todo o estado estão sendo impactadas pelo fenômeno.
Em Manaus, o Rio Negro atingiu 12,11 metros, o menor nível já registrado em mais de 120 anos de medição. Esse fenômeno alterou o cenário do Encontro das Águas e levou a prefeitura de Manaus a fechar a Praia da Ponta Negra.
Na orla, bancos de areia surgiram no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem cada vez mais do local onde costumavam atracar, próximo à via pública. Essa situação também impactou o escoamento da produção das empresas do Polo Industrial da capital, que tiveram que instalar um píer flutuante em Itacoatiara para facilitar o recebimento de insumos e o envio de mercadorias produzidas pela indústria.
Dados da Defesa Civil do Amazonas indicam que o Rio Negro parou de descer ao atingir 12,11 metros, no dia 12 de outubro. No dia seguinte, 13 de outubro, o nível começou a subir lentamente. Já no final de outubro, o rio parou de encher ao alcançar 12,50 metros. Agora, o rio vive um retrocesso, fenômeno que os pesquisadores chamam de “repiquete”.
O fenômeno é típico dos rios da região amazônica, em que os níveis oscilam, subindo e descendo, como uma espécie de efeito sanfona. Para o Serviço Geológico do Brasil (SGB), inclusive, a capital amazonense pode sofrer com a seca até dezembro, por conta das chuvas abaixo da média.