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Polícia Civil investiga caso de jovem agredido por seguranças de casa noturna em Poços de Caldas, MG

Jovem de 19 anos ficou gravemente ferido após ser agredido por seguranças. Câmeras de segurança registraram a ação. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso de um jovem de 19 anos agredido por seguranças que trabalhavam em uma casa noturna em Poços de Caldas (MG). Câmeras de segurança registraram a ação.
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O caso aconteceu na madrugada do último domingo (27) em uma casa de shows que fica na Rua Paraíba, no Centro de Poços de Caldas. Luiz Felipe Perecin, de 19 anos, e a namorada, de 18, foram até uma festa de Halloween.
Na madrugada, um amigo do casal saiu do local para levar a namorada até um carro de aplicativo e não pode mais retornar para a festa. A confusão começou quando Luiz Felipe questionou a proibição e a discussão se intensificou entre eles.
Já de fora da casa noturna, é possível ver nas imagens o momento que alguns seguranças vão atrás do jovem em um carro preto, que inclusive chega a transitar na contramão para tentar alcançá-lo. Depois de um período correndo, Luiz Felipe para e levanta as mãos. O primeiro segurança o alcança e já dá um golpe de cassetete na cabeça. Depois, outros dois seguranças chegam e também passam a agredi-lo. São vários golpes.
“Três minutos depois ele começa a convulsionar e perde a consciência total. Quando eu vejo uma PM parada no sinal bem para frente, eu começo a correr disparado atrás da viatura e eles vão imediatamente até o local atender o Luiz”, contou a namorada dele em entrevista à EPTV, afiliada Globo.
A namorada de Luiz Felipe afirma que ninguém da casa noturna prestou socorro e que ela também foi agredida.
“Não, não ajudaram ele em nenhum momento. E eles estavam cientes de tudo que estava acontecendo. Um segurança me agride e cai por cima de mim. Nisso eu fiquei com o hematoma no cotovelo, na cintura, no joelho, arranhados por toda parte”, disse.
A Polícia Civil confirmou que o caso está sendo tratado como tentativa de homicídio, devido à gravidade dos golpes direcionados à cabeça.
A Polícia Civil já instaurou o inquérito. A delegacia já ouviu algumas pessoas envolvidas nesse caso, inclusive vai ouvir hoje o proprietário da Casa Noturna que deu entrevista e está correndo agora para identificar os agressores diretos, que são os seguranças, para também ouvi-los.
“Uma análise prévia, o caso está sendo tratado como uma tentativa de homicídio, principalmente pelo tipo de agressão que foi realizada, ou seja, várias agressões direcionadas à cabeça da vítima, uma região mais sensível, como nós sabemos que uma lesão, uma agressão nessa região pode levar a pessoa a óbito. Isso assim, é claro, e é o conhecimento do indivíduo, e assim, em uma contenção, se você vai falar de uma contenção, você vai mirar não órgãos vitais, né? Se você quer apenas conter o indivíduo, você vai segurar pelo braço, você vai dar até mesmo matar leão, outros tipos de contenções. Ali foi uma agressão voltada muito para regiões vitais, que pode ocasionar, levar algum indivíduo a óbito. Por isso que o caso está sendo tratado, sim, como uma tentativa de homicídio, mas é lógico, né? Vai correndo durante as investigações, todos os laudos e perícias necessárias e de todas as pessoas envolvidas. Nós vamos ouvir os agressores direto, né? E também a análise da responsabilização dos proprietários, dos responsáveis pelo evento que tava tendo ali no dia”, afirmou a delegada Juliane Emiko.
A equipe de segurança foi afastada, segundo os responsáveis pela casa noturna, que repudiaram o ocorrido e afirmaram contratar uma nova equipe terceirizada. (Veja mais abaixo)
Estado grave
Luiz Felipe Perencin chegou a ficar na UTI da Santa Casa de Poços de Caldas por quase quatro dias, até ser transferido para um quarto após apresentar melhoras nesta quinta-feira (31). O jovem segue bastante debilitado.
“É uma coisa que parece um pesadelo. Quando eu recebi o telefonema falando que ele tinha brigado, eu pedi para a minha nora me dar cinco minutos para eu entrar no ar, porque eu fiquei fora do ar na hora que ela me ligou. E aí eu desci para o pronto atendimento, então na hora que eu cheguei, parecia que ele estava dormindo e aí o quadro foi se agravando, foi se agravando. A gente teve que correr atrás de ambulância, ele teve que fazer uma tomografia no hospital Santa Lúcia, na hora que a ambulância chegou no Santa Lúcia eu já estava esperando na recepção. Quando tiraram o meu filho da ambulância, eu achei que ele tinha morrido no percurso e que estavam tentando me esconder. Ele estava branco como cera, ele estava entubado, todo embrulhado na maca e eu achei que ele estava morto”, contou Luciane Perencin, mãe dele.
Família quer justiça
O advogado da família, Lucas Flauzino, afirmou que as imagens mostram os seguranças atingindo áreas vitais do corpo, principalmente a cabeça.
“E analisando de modo muito atento as imagens, nós percebemos que as regiões vitais são atingidas, principalmente a cabeça. Então, de uma forma brutal, totalmente desumana, esses “profissionais”, eles agem com base naquilo que nós chamamos de dolo eventual, quando se assume de produzir o evento morte”, afirmou o advogado da família, Lucas Flauzino.
A mãe do jovem agredido espera que os responsáveis sejam punidos. Para a namorada, que também relata ter sido agredida, a violência dos seguranças foi “desprezível e desumana”.
“Judicialmente eu espero é que eles tenham uma punição que pelo menos eles reflitam para nunca mais fazer isso com mais ninguém, porque o meu filho teve a sorte de não morrer, teve atendimento, teve a namorada que foi uma heroína nessa situação toda e eu espero que eles não tenham como fazer isso com mais ninguém”, disse a mãe.
“Para mim isso é desprezível, é assim, desumano, é uma coisa que eu nunca tinha visto, eu nunca tinha presenciado uma maldade tão grande quanto a deles”, disse a namorada.
Equipe de segurança afastada
Guilherme Barreto, um dos sócios proprietários da casa noturna, disse que a equipe de seguranças contratada para eventos foi afastada.
“A casa, ela é totalmente contra, não é favor a qualquer tipo de agressão, ela repudia isso, tanto agressão verbal, quanto física. Qualquer tipo de preconceito, a gente é contra aqui. A gente trabalha de uma forma para minimizar todo quanto é tipo de risco para os nossos clientes aqui, só que às vezes a gente trabalha com o ser humano e o ser humano é imprevisível. Para a gente tentar contornar isso e melhorar o nosso atendimento, a gente está pegando uma equipe terceirizada de fora, para poder tentar fazer com que isso não aconteça mais aqui e mostre de exemplo a nossa postura para as outras casas de festas aqui de Poços de Caldas também”, disse o sócio.
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