Patrício Emmerenciano Filho é uma figura querida em Joinville, conhecido por sua longa trajetória no transporte coletivo da cidade. Com um sorriso sempre presente, ele comemorou cinco décadas trabalhando no transporte público coletivo, boa parte deste período como motorista de ônibus.
A celebração deste aniversário ocorreu em outubro, em um evento com outros colegas que também comemoraram seu tempo de casa na Gidion. A empresa é uma das operadoras do transporte urbano de Joinville, com a responsabilidade de atender a zona Sul da cidade.
O contrato de Patrício com o Grupo Gidion foi firmado quando ele estava prestes a completar 14 anos. O primeiro registro em carteira assinada vinha com um trabalho que era comum para os jovens da época: cobrador de ônibus.
Sonho de criança
Para ele, era uma forma de aproximar-se da profissão que realmente desejava: a de ser motorista. “Dirigir um ônibus era meu sonho de criança. Eu via os motoristas dirigindo e queria fazer o mesmo. Realizei esse sonho aos 19 anos, e até passei por outras funções na empresa, mas sempre voltei para o banco do motorista”, conta Patrício.
Amor que nasceu a bordo
Foi ainda como cobrador de ônibus que ele conheceu e se apaixonou pela esposa. Todos os dias ela usava a linha em que ele atuava para ir para o trabalho, e a paquera aconteceu da única forma que o adolescente tinha para chamar atenção nos segundos que levavam até ela passar pela roleta.
“Eu dizia que ela não precisava pagar a passagem. Depois, tirava do meu próprio bolso para completar o valor que ficava faltando porque tinha deixado ela passar”, recorda ele, aos risos. O casamento ultrapassa quatro décadas e gerou filhos e netos.
“Minha vida inteira foi feita enquanto estava dentro da Gidion. Eu fui me adaptando às mudanças, ao crescimento da frota de veículos, às tecnologias dentro dos ônibus. Essa é uma empresa muito boa, que valoriza o funcionário. Só não cresce aqui quem não quer”, analisou.
Uma história vivida sobre as rodas
Patrício assistiu ao crescimento da cidade e da empresa de dentro dos ônibus. Quando ele tornou-se funcionário, a sede da Gidion ainda estava localizada na rua São Paulo, ao lado do Santuário Sagrado Coração de Jesus, e a rua Copacabana, atual endereço da matriz, era uma rua estreita sem calçamento.
Quando Patrício entrou na empresa, a Gidion ainda tinha apenas sete anos de fundação e pouco mais de 20 veículos, que cumpriam itinerários mais curtos do que os atuais. Afinal, boa parte dos 15 bairros da zona Sul de Joinville ainda nem existiam em 1974, ou eram apenas localidades rurais que ainda não recebiam serviço de transporte coletivo.
Atualmente, a Gidion mantém 165 veículos no serviço urbano, que percorrem cerca de 846 mil quilômetros por mês em mais de 117 itinerários. A empresa também oferece serviços de fretamento de ônibus, vans e carros executivos, e integra o Grupo Gidion com as empresas Verdes Mares (Joinville, São Francisco do Sul, Araquari e Barra do Sul), e a VMG Aires (Joinville).
Quando Patrício ingressou na Gidion:
● A população estimada em Joinville era de 136 mil habitantes. Atualmente, a população da cidade é estimada em 654.888 habitantes.
● A zona Sul de Joinville era formada por somente cinco bairros na área urbana: Soares (atual região do bairro Floresta), Itaum, Itinga, Jarivatuba e Bupeva (que se tornaria o bairro Fátima, além de integrar parte dos bairros Itaum e Jarivatuba). Atualmente, a zona Sul de Joinville é composta por 15 bairros.
● A cidade registrava 70 mil bicicletas em circulação, enquanto o número de automóveis ainda era pouco relevante. Atualmente, a frota de Joinville é de quase 480 mil, entre carros, motos, ônibus, caminhões e outros veículos.