As defesas de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, executores confessos do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, recusaram as duas mulheres que haviam sido sorteadas para participar da comissão de jurados. Com isso, o júri foi formado 100% por homens.
A audiência começa com uma seleção aleatória de 25 homens e mulheres selecionados para a função e, por meio de uma urna física, o juiz sorteia os nomes. Tanto a defesa quanto a acusação possuem o direito de recusar até três nomes.
No caso, os advogados de Lessa e Queiroz decidiram vetar duas mulheres, resultando em um júri composto apenas de homens. Essa prerrogativa é absolutamente prevista dentro das normas do Tribunal do Júri brasileiro.
Como Lessa e Queiroz são réus confessos e já firmaram delação premiada, a intenção, segundo fontes da acusação, é fazer um julgamento pedagógico, como forma de explicar à sociedade os detalhes das investigações e o papel de cada réu no crime.
A acusação também escolheu testemunhas com fator simbólico, como a mãe de Marielle e as viúvas de Marielle e Anderson. A primeira chamada a depor foi a ex-assessora de Marielle, Fernanda Chaves, a única a sobreviver ao atentado.
Antes de começar o depoimento, Fernanda pediu que os réus fossem impedidos de estarem na transmissão, o que foi acatado pela juíza.
Relembre o crime
Marielle e Anderson foram mortos em um ataque a tiros realizado em 14 de março de 2018. Ao sair de um evento na Casa das Pretas, espaço coletivo de mulheres negras na Lapa, na Centro do Rio, Marielle embarcou em um carro dirigido por Anderson, ao lado da assessora Fernanda Chaves.
O veículo foi emparelhado por um Cobalt prata, dirigido por Queiroz, e foi atingido por diversos disparos de uma submetralhadora HK MP5, manuseada por Lessa. A parlamentar e o motorista foram atingidos e morreram no local.
Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Participe do nosso canal no WhatsApp e da nossa comunidade no Facebook.