Pacientes também reclamam da falta de estrutura, nos quartos, por exemplo, não tem lugar para os acompanhantes se sentarem. Fórum de Saúde de São Paulo afirma que falta funcionários, entre eles, médicos e enfermeiros. Paciente em maca no corredor do Hospital.
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Pacientes internados no Hospital Geral de Taipas, na Zona Norte de São Paulo, reclamam de problemas de atendimento para marcar cirurgias e de lotação. Ainda segundo eles, a estrutura do hospital também está precarizada.
O hospital tem seis andares e mais de 220 leitos, além de maternidade e neonatal. No 5º andar, por exemplo, pacientes estão em macas nos corredores.
Nos quartos, quem acompanha quem está internado, precisa ficar em pé, já que no hospital não tem cadeira.
“O médico disse que ela teria que operar com urgência e ainda não conseguimos marcar. De um mês para cá, não tem um dia que ela não tenha crise”, afirma Fabiana de Oliveira, mãe de paciente.
Uma das pacientes que está internada no local é a Dona Maria, de 86 anos. Ela caiu em casa há dois meses e fraturou o fêmur. A idosa está internada desde então e até a última quinta-feira (24) ainda não tinha previsão para realizar a cirurgia no hospital.
Cleide, de 85 anos, também sofreu uma queda, machucou o pescoço e está internada. A família aguarda a avaliação de um neurocirurgião. O hospital não forneceu nem um colar cervical, que precisou ser comprado pela família.
“Eu vim aqui só com um galo na cabeça, agora estou sentindo dor em tudo. Tenho medo de morrer aqui”, afirmou Cleide.
Cleide, de 85 anos.
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Valdomiro Marques, coordenador do Fórum de Saúde de São Paulo, afirmou que falta funcionários no local, entre eles, médicos e enfermeiros. Ainda segundo o coordenador, nos últimos meses, ao menos 10 médicos pediram demissão por não suportar o estresse de trabalhar sem estrutura no local.
“Muitos trabalhadores contratados pela própria OS estão pedindo demissão, porque não suporta né o nível de estresse, os problemas que ocorrem dentro do Hospital. São os trabalhadores da área administrativa, enfermeiros, técnicos de enfermagem, além dos médicos. Infelizmente o Hospital não tem a quantidade de trabalhadores para atender a demanda da região”, afirma.
O Hospital de Taipas é gerido por uma Organização Social (OS) do Instituto Sírio Libanês.
Em nota, a Secretária Estadual da Saúde informou que, desde setembro, quando a gestão do hospital passou para a OS, as cirurgias aumentaram 150%. Saltaram de 54 em agosto para 133 em outubro. Sobre as demissões citadas pela reportagem, a secretaria disse que uma foi por justa causa e nove funcionários pediram desligamento na transição da gestão.
E disse ainda que desde o início da nova gestão já foram contratados 258 profissionais.