De acordo com o grupo Carrefour, medida vale para todas as unidades do Brasil. Caso denunciado foi em Atacadão em Curitiba e é investigado pela polícia. Professora tira a roupa para protestar contra racismo em supermercado de Curitiba
A rede Atacadão, do grupo Carrefour Brasil, anunciou o fim da circulação de “fiscais de prevenção” em todas as lojas da companhia no Brasil. A medida foi anunciada após uma professora negra denunciar ter sido vítima de racismo em um dos supermercados da empresa em Curitiba.
Neste sábado (15), o grupo disse lamentar profundamente os casos ocorridos e disse que a mudança faz parte de “processo contínuo de evolução para que casos de racismo ou qualquer outro tipo de discriminação não ocorram em suas lojas ou qualquer das suas atividades”.
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A denúncia de racismo foi registrada em Boletim de Ocorrência pela professora Isabel Oliveira. Ela afirma ter sido perseguida por um segurança quando fazia compras no supermercado.
Horas depois do acontecido, a professora voltou ao mercado e protestou contra o racismo ficando seminua e com a frase “sou uma ameaça” escrita no corpo.
Professora fez protesto em supermercado de Curitiba (PR) e alegou que foi alvo de racismo
Reprodução/Redes sociais
Por meio de nota, o Grupo Carrefour Brasil disse que “segue postura de tolerância zero contra qualquer tipo de racismo”. Além disso, conforme a nota, a empresa abriu uma apuração interna sobre o caso e suspendeu o funcionário durante o período de investigação.
A Polícia Civil investiga o caso e avaliará a conduta do segurança, além de ouvir testemunhas e o gerente da loja. Em depoimento, o funcionário negou que estivesse vigiando a mulher.
Isabel foi à delegacia acompanhada de uma advogada e representantes de movimentos negros.
“Por que eu tenho que garantir meu lugar de existência? Eu só quero ter o direito de entrar e sair onde quer que seja, com a dignidade que eu tenho”, afirmou.
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Rede anuncia mais mudanças
De acordo com a rede Atacadão, protocolos internos foram novamente revistos após o episódio registrado em Curitiba. Segundo a companhia:
os fiscais passarão a ficar em pontos fixos e pré-determinados das lojas;
o processo de monitoramento de câmeras será melhorado para manter ambiente seguro aos clientes;
em parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares, a rede revisará o treinamento das equipes de loja;
dará mais visibilidade aos canais de denúncia.
A rede Atacadão disse reiterou também o respeito aos clientes e o compromisso com a mudança e combate ao racismo e qualquer tipo de discriminação. A companhia disse ainda que permanece em processo de escuta ativa e segue revisando os processos internos.
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