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Familiares e amigos de professora morta enquanto dormia pedem justiça em manifestação, em MG


Luciana Sodré foi a 11ª vítima de feminicídio neste ano no Sul de Minas. Caso aconteceu no dia 3 de julho em Elói Mendes. Suspeito, que é ex-marido dela e tenente do Exército, permanece preso na Escola de Sargento das Armas (EsSa). Manifestação pede justiça por professora vítima de feminicídio em Elói Mendes
Familiares e amigos de Luciana Sodré, professora que foi morta pelo ex-companheiro, um militar da Escola de Sargento das Armas (EsSa), se reuniram neste sábado (13) em uma manifestação em Elói Mendes (MG). A ação pediu justiça pela vítima e conscientização sobre violência contra a mulher.
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Luciana foi a 11ª vítima de feminicídio neste ano no Sul de Minas. De acordo com a polícia, ela sofria agressões físicas e psicológicas causadas pelo ex-companheiro. Na madrugada de 3 de julho, ela foi encontrada morta dentro de casa. O principal suspeito é o ex-marido.
Manifestação pede justiça por professora vítima de feminicídio em Elói Mendes, MG
Reprodução / EPTV
“Eu não queria estar aqui nessa luta. Eu queria que a minha amiga estivesse vivendo a vidinha dela tranquilamente, igual ela estava. Eu estou lutando uma luta que eu não queria lutar. É muito triste, brutal, desumano. Ela foi tirada de nós, então é inaceitável”, relatou Amanda Ramos, amiga da vítima.
Durante a manifestação, foram distribuídos panfletos com informações sobre como identificar os sinais de violência contra a mulher. As lojas da principal rua comercial da cidade também homenagearam Luciana.
Os manifestantes desenharam a letra X na palma das mãos, mais uma forma de socorro para as mulheres. Rosas brancas simbolizavam o pedido de paz.
Manifestação pede justiça por professora vítima de feminicídio em Elói Mendes, MG
Reprodução / EPTV
“Que nós, mulheres, não se calemos mais, porque chega. Nós temos nossa liberdade, nosso direito de escolha. Então pedimos para você, Luciana, Maria, Fernanda e todas as outras que não se calem, que dê um basta”, disse Fernanda Lemos, organizadora da passeata.
Luciana era uma professora querida. Deixou dois filhos, muitos amigos e uma grande família.
“Eu creio na vida eterna. Eu sei que ela está entre nós, mas é uma forma também de manter a lembrança dela e lutar para um mundo melhor”, completou Sandra Maria Pereira Alves de Souza, prima da vítima.
Manifestação pede justiça por professora vítima de feminicídio em Elói Mendes, MG
Reprodução / EPTV
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O crime
O suspeito do assassinato de Luciana Sodré é Ghunter Morais, de 52 anos. Ele é militar da Escola de Sargento das Armas, em Três Corações. A professora estava em processo de separação do ex-companheiro desde fevereiro.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, familiares e vizinhos disseram que a mulher já vinha sendo ameaçada pelo ex-marido, com quem estava em processo de separação desde fevereiro. No entanto, ela não tinha uma medida protetiva contra ele.
Familiares disseram que, recentemente, Luciana relatou ter sido amarrada e jogada no porta-malas de um carro por Gunther, que a ameaçou com uma arma, dizendo que caso se separasse, ele iria matá-la.
Durante a ocorrência, um sargento da Polícia Militar também relatou que Luciana procurou a PM e relatou que o ex-marido havia sumido com sua cachorra e que teria se escondido dentro de sua casa. A mulher foi orientada pelos policiais e por vizinhos e familiares a prestar queixa e registrar um boletim de ocorrência, mas disse que não faria, pois estava com medo e não queria prejudicar a promoção do ex-companheiro, já que a renda familiar e os estudos do filho mais velho, que queria cursar medicina, dependiam disso.
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Reprodução / Redes Sociais
O suspeito, Gunther Morais, foi preso, mas negou o crime. Ele segue preso, com mandado de prisão preventiva, na sede da Escola de Sargentos das Armas em Três Corações.
Por ser militar, o suspeito tem a prerrogativa de se valer da “prisão especial” ao invés de ficar em um presídio comum. Ou seja, enquanto estiver enfrentando a ação penal, ele poderá, sim, ter acesso a esse instituto. Como se trata de um crime comum, a Justiça entende que ele não se utilizou da função de militar para a prática do crime.
Apesar de seguir em custódia na unidade do Exército, a competência da investigação do crime é da Polícia Civil. Mas só a conclusão de todo o processo dirá se ele ficará em um presídio comum e será submetido a um júri popular.
Enquanto estiver enfrentando essa ação penal, Ghunter estará sob à custódia do Exército em que trabalha. Somente após o trânsito em julgado, ou seja, após o encerramento, caso seja condenado em definitivo, ele poderá ser submetido ao encarceramento convencional.
Até esta última publicação a defesa do suspeito não se manifestou em relação às acusações e o inquérito policial.
A Polícia Civil informou que o caso segue em investigação.
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