Construção da BR-163 provocou a expulsão de vários povos indígenas há 50 anos

Os panarás foram retirados de suas terras e levados para o Parque Indígena do Xingu, onde ficaram até a década de 1990. De volta ao território original, os 170 panarás que restaram se multiplicaram e hoje são 700. O Profissão Repórter foi até a aldeia. Construção da BR-163 provocou a expulsão de vários povos indígenas há 50 anos
A construção da BR-163, inaugurada em 1976 pelos militares para ligar o Sul ao Norte do país, provocou a expulsão de vários povos indígenas há 50 anos. Um deles foi o panará, que vivia isolado na região.
Os panarás foram retirados de suas terras e levados para o Parque Indígena do Xingu, onde ficaram até a década de 1990. De volta ao território original, os 170 panarás que restaram se multiplicaram e hoje são 700.
Durante a viagem pela rodovia, Caco Barcellos, Chico Bahia e Sara Pavani foram à aldeia para saber mais sobre a história dos panarás. Um deles, Kunety Panará, aprendeu a filmar com o Instituto Socioambiental, que há quase 30 anos atua em defesa das comunidades indígenas, e hoje atua como documentarista e registra a história do seu próprio povo.
Quando nossa equipe esteve na aldeia, por exemplo, ele entrevistou com a pessoa mais importante para seu povo, que relembrou o que ocorreu com eles quando a estrada começou a ser construída.
“Ele contou que, quando a rodovia começou a ser construída, o branco veio tomando as terras dos panarás”, conta Kunety, que completa: “Lutando muito, nós conseguimos trazer os panarás para o seu território, onde estamos agora. É importante para a gente aprender a filmagem para o mundo ver nossos trabalhos. Os próprios indígenas estão fazendo seu trabalho”.
Para monitorar a área e ver se há invasores, os paranás contam com a ajuda o Instituto Socioambiental, que usa drones.
“Eles são muito preocupados com invasão, roubo de madeira, pesca ilegal. É um trabalho que a gente faz na parceria que vai criando um vínculo de confiança, né? Isso é muito importante”, afirma Ricardo Abad, analista do instituto.
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Edição de 11/04/2023 – Pra Onde, Brasil – Centro-Oeste