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Escola do DF denuncia racismo durante campeonato de futebol: ‘Macaco’, ‘pobrinho’, ‘filho de empregada’, disseram estudantes aos adversários


Carta de repúdio foi enviada pela Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima ao Colégio Galois, responsável pelos alunos que cometeram atos racistas. Galois diz que ‘iniciou investigação interna rigorosa’, e que se solidariza com todos que se sentiram ofendidos e magoados. Atleta com pés na bola
Daniel Silva/Banlek
A Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, da Asa Sul, em Brasília, denunciou estudantes do Colégio Galois por racismo durante um um jogo de futebol da “Liga das Escolas”. O torneio foi no dia 3 abril, e alunos do Galois teriam usado palavras como “macaco”, “pobrinho” e “filho de empregada” para discriminar os estudantes da Escola Franciscana.
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Na quarta-feira (10), a diretora-geral da escola, Inês Alves Lourenço, publicou uma carta de repúdio. No texto ela diz que os alunos foram vítimas de preconceito social e injúria racial.
“Os alunos do Colégio Galois proferiram diversas palavras ofensivas (…) tais como ‘macaco’, ‘filho de empregada’, ‘pobrinho’, tornando ambiente inóspito e deixando nossos alunos abalados”, diz a diretora na carta.
O Colégio Galois diz que iniciou a investigação interna rigorosa.
“Estamos comprometidos em não apenas a identificar os envolvidos, mas também a aplicar medidas disciplinares e ampliar, ainda mais, ações educativas necessárias pertinentes”, diz o Galois.
A escola disse ainda que “se solidariza com os alunos e a comunidade da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima que se sentiram ofendidos e magoados”.
Na carta de repúdio, a Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima diz que no momento das ofensas, vários responsáveis estavam no local e que “nenhuma providência efetiva e adequada foi adotada pelos prepostos do Colégio Galois que estavam presentes nas instalações do ginásio”.
‘Responsabilidade do colégio’
A diretora-geral da Escola Fátima conta que os alunos “agressores” estavam, em sua maioria, uniformizados, ou seja, “estavam sob a guarda e responsabilidade do Colégio Galois”. Diz ainda que a falta de intervenção eficaz por parte dos responsáveis presentes no evento e dos juízes, durante o incidente, é igualmente preocupante.
“Neste caso, [o colégio] mostrou-se conivente com a situação humilhante e vexatória vivida pelos alunos da Escola Fátima”, diz o texto.
“É inadmissível que em pleno século XXI, ainda tenhamos que presenciar atos tão repugnantes como os que foram direcionados aos nossos atletas. A escola como instituição responsável pela formação e educação de crianças e jovens, tem o dever moral e ético de repudiar veementemente quaisquer manifestações de preconceito e discriminação”, diz a diretora da Escola de Fátima.
Veja íntegra da nota do Colégio Galois
“Em nome do Colégio Galois, foi com extrema preocupação que tomamos conhecimento dos fatos expressos na carta de repúdio, datada de 10 de abril de 2024, referente ao incidente ocorrido durante o torneio “Liga das Escolas”. Entendemos que os atos ali expostos são de extrema seriedade e que necessitam de uma intervenção imediata por parte do colégio.
Primeiramente, queremos reafirmar que os valores que nos guiam refutam veementemente qualquer forma de comportamento preconceituoso. Nossos pilares se baseiam no respeito à diversidade e na promoção da inclusão. Tanto que desenvolvemos inúmeros projetos neste sentido dentro da nossa comunidade abrangendo funcionários, pais e alunos como, por exemplo, Encontro da Família “Mestre dos Mestres”, trabalho voluntário no Lar dos Idosos e Vila do Pequenino Jesus e, mais recentemente, o Escola Sem Bullying. Tendo em vista o ocorrido, vamos reforçar ainda mais os protocolos de prevenção e capacitação envolvendo todos os parceiros e famílias Galois.
Sendo assim, faço saber que não estamos, de forma alguma, inertes ao ocorrido. Muito pelo contrário. Já iniciamos uma investigação interna rigorosa e estamos comprometidos em não apenas a identificar os envolvidos, mas também a aplicar medidas disciplinares e ampliar, ainda mais, ações educativas necessárias pertinentes. Mais uma vez, reiteramos que supostos comportamentos não representam nossos valores e que repudiamos veementemente qualquer forma de discriminação. Mas, como educadores, acreditamos que a educação é ferramenta poderosa de transformação social e deve ser utilizada para construir pontes de entendimento e respeito mútuo entre todos, sobretudo, entre jovens.
Solidarizamo-nos profundamente com os alunos e a comunidade da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima que se sentiram ofendidos e magoados. Entendemos que o ocorrido não só afetou esses alunos, mas também manchou o espírito de amizade e respeito que deve prevalecer em eventos educacionais e esportivos. Por isso, não somos, de forma alguma ser coniventes a qualquer tipo de ato discriminatório.
Desta maneira, nos colocamos à disposição, não apenas a colaborar com os supostamente envolvidos, mas também, com a Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima e, se necessário, com eventuais autoridades, para desenvolver iniciativas conjuntas que possam beneficiar ambas as comunidades escolares, garantindo que eventos futuros sejam realizados em um ambiente de compreensão e respeito mútuo.
De nossa parte, estamos sempre abertos a dialogar e nos reunir com a direção das escolas participantes da liga a fim de discutir essas questões mais a fundo e estabelecer um plano conjunto de ações efetivamente preventivas e educativas. Acreditamos que, juntos, podemos construir um ambiente mais empático e inclusivo para todos”.
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