Moagem total chegou a 654,43 milhões de toneladas até o fim de março, segundo entidade que representa o setor. Ciclo também foi marcado por recordes em volumes de etanol e açúcar. Usinas do Centro-Sul batem recorde na produção de cana-de-açúcar na safra 2023/2024
Ceise Br/ Divulgação
As usinas do Centro-Sul do país fecharam a safra 2023/2024 com uma alta de 19,3% e um recorde histórico na produção de cana-de-açúcar. A moagem total das indústrias do setor – e que respondem mais de 90% do que se produz no Brasil – até o fim de março chegou a 654,43 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados esta semana pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Além do ciclo passado, o volume supera o registrado na safra 2015/2016, quando foram processadas 617,7 milhões de toneladas de matéria-prima, e contribuiu para recordes também na produção de açúcar e de etanol (veja mais abaixo).
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O valor vai ao encontro das expectativas de representantes do setor e tem relação com fatores como o aumento na produtividade agrícola das lavouras, com um rendimento de 87,2 toneladas de cana por hectare colhido.
Apesar disso, para a safra 2024/2025, que começa em abril, a projeção é de que haja uma queda na produção – abaixo dos 600 milhões de toneladas – devido à previsão de menos chuvas do que a média.
Moagem de cana
Das 269 usinas que contribuíram para o recorde na moagem da cana, 136 estão em São Paulo. Além de ser responsável pela maior parte da produção do Centro-Sul – 60% -, também foi o estado que mais teve aumento na moagem: foram 387,6 milhões de toneladas, 23,2% na comparação com a safra 2022/2023.
Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também registraram recordes de processamento, que variaram entre 8,74% e 17,47%.
No mapa abaixo, veja o número de usinas de cana-de-açúcar em operação no Centro-Sul do país.
Etanol e açúcar: produções recordes
Assim como a moagem de cana, os subprodutos da cana também encerraram a safra com recordes de produção.
Com 51% da destinação da matéria-prima, o etanol resultou em um volume de 33,5 bilhões de litros, 16% a mais com relação à safra anterior. O total, com prevalência do hidratado, usado diretamente como concorrente da gasolina, supera o recorde de 2019/2020, com 33,26 bilhões de litros.
Além disso, 18 usinas do Centro-Sul incrementaram esse volume com 6,26 bilhões de litros de etanol de milho, o que representa um crescimento de 41,39% e 18% do total.
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“Esse volume maior de etanol permitiu uma economia significativa para os consumidores. Em especial a partir do início do segundo semestre de 2023 nós vimos as vendas de etanol avançarem e a economia do ciclo total aos consumidores foi próximo dos R$ 7 bilhões”, afirma o diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues.
Com cerca de 42% do mix de produção das usinas, o açúcar totalizou 42,42 milhões de toneladas, em alta de 25,7%. Até então, o recorde tinha sido registradno ciclo 2020/2021, com 38,46 milhões de toneladas.
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